Especialista em IA explica a melhor forma de não ter 'medo' da tecnologia

De olho nos crescentes receios em torno do desenvolvimento da Inteligência Artificial no mundo, Mike Masnick deu dicas de como tirar proveito da tecnologia.

“Black Mirror”, série de ficção científica da Netflix, foi lançada em 2011. O projeto brinca e provoca o espectador a respeito dos perigos e males da tecnologia, deixando todos confusos, apavorados e reflexivos.

Em 2023, um presente quase tão Black Mirror quanto a própria série se fez presente – tanto que a nova leva de episódios, lançada em junho deste ano, deu um passo para trás e abordou tecnologias mais analógicas do que digitais.

Basta olhar ao seu redor. Não há como escapar da Inteligência Artificial (IA). Note que os processos estão cada vez mais automatizados, nossos celulares tornaram-se uma extensão de nosso corpo e temos uma pequena caixa de música que “conversa” conosco todas as manhãs, desejando-nos “bom dia”.

Com apenas alguns cliques, pessoas comuns conseguem gerar avatares de si mesmas e “prever” como serão seus filhos.

E, a cereja do bolo: conseguimos clonar vozes e fazê-las dizerem o que quisermos – como são os videos de Ariana Grande cantando Calcinha Preta. Não acredita? Ouça aqui.

No entanto, trazemos boas novas. O especialista em tecnologia, Mike Masnick, acredita que não precisamos nos descabelar por enquanto. Será mesmo?

Trabalhando com o que temos

Uma publicação do The New York Times afirmou que Masnick respondeu à pergunta “como podemos nos proteger da IA?” em um grupo de WhatsApp. Nesse grupo, estavam cerca de 100 diretores, atores e roteiristas.

Este seleto grupo de pessoas estava preocupado com o uso de suas próprias imagens em versões deepfake, roteiros escritos em ChatGPT e imagens geradas em poucos cliques usando prompts curtos.

O especialista pediu para que se acalmassem. Mas, antes, fez algumas orientações.

De acordo com o Times, ele afirmou que eles podem – e devem – usar a lei em seu favor. Se não cederam suas imagens, qualquer versão deepfake ou com a voz clonada é considerada criminosa, ou seja, passível de processo e punição perante a lei.

Ele também afirmou que eles podem lucrar com isso.

A tecnologia de IA pode ser nossa amiga

Para Mike Masnick, o futuro da humanidade – incluindo também o mercado do entretenimento – será construído com a inteligência artificial e o cérebro trabalhando juntos.

Então, ele orientou: “Por que não ganhar dinheiro com o que as pessoas estão fazendo?”

Como exemplo, ele citou a cantora Grimes, que cedeu sua voz para que as pessoas fizessem versões dela em Inteligência Artificial. Não apenas isso, mas ela ainda incentivou o trabalho.

Em troca, ela recebe metade dos direitos autorais da produção. A estratégia deu certo, pois uma das faixas criadas já está se aproximando de um milhão de reproduções nos serviços de streaming.

Isso pode ser usado, inclusive, como estratégia de marketing. Afinal, gera buzz em torno do nome do artista. “Basta deixar que as pessoas sejam criativas e elas vão fazer coisas criativas, aumentando o interesse no seu trabalho”, disse. “Como a mudança tecnológica é inevitável, vocês devem usá-la a seu favor”, salientou.

Em resumo: se não pode vencer eles, junte-se a eles e todos saem ganhando!

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