Esqueleto romano com tumor no crânio é encontrado por arqueólogos; veja mais detalhes

Essa descoberta arqueológica sem precedentes levanta diversas questões sobre as condições de saúde dos antigos romanos.

Em uma revelação surpreendente, uma equipe de arqueólogos identificou um tumor craniano em um esqueleto da era romana na Espanha.

O achado inédito foi realizado na região de Sima de las Marcenejas, em Lastras de Teza, dentro da comunidade autônoma de Castilla y León.

A descoberta, publicada na prestigiosa revista Virtual Archaeology Review em 28 de julho, deu novas pistas aos cientistas sobre as condições médicas e a qualidade de vida na Roma Antiga.

Esqueleto romano revela tumor raro e sinais de violência

A expedição, conduzida por especialistas do Centro Nacional de Investigação Sobre a Evolução Humana (CENIEH), não apenas desenterrou o esqueleto de um homem romano, mas também revelou detalhes de sua saúde.

Após análises meticulosas, foi confirmado que o indivíduo sofria de um meningioma. Esse tumor, embora benigno, é conhecido por afetar as meninges, membranas que envolvem o cérebro, e tem potencial para comprimir os tecidos cerebrais circundantes, causando diversos problemas neurológicos.

Além do tumor, o primeiro de seu tipo identificado na Península Ibérica para o período estudado, os especialistas observaram evidências de ferimentos no esqueleto que sugerem a ocorrência de violência direcionada.

Os sinais de trauma levantam questões adicionais sobre as condições sociais e os perigos do período romano.

Tal constatação abre um novo campo de questionamentos sobre as circunstâncias da vida, e possivelmente da morte, do esqueleto romano.

“A descoberta deste tumor craniano é significativa, pois nos oferece uma janela rara para as adversidades médicas enfrentadas por indivíduos na antiguidade”, explicou um dos pesquisadores do CENIEH.

Crânio romano encontrado por arqueólogos. (Imagem: CENIEH/Reprodução)

O fóssil, encontrado em uma expedição recente, foi transferido para as instalações do CENIEH, onde a equipe do Laboratório de Conservação e Restauração realiza análises profundas.

Processo de pesquisa

Através de uma técnica avançada de microtomografia computadorizada, os pesquisadores compilaram centenas de imagens de raios X do crânio, construindo um modelo 3D detalhado que permitiu uma inspeção minuciosa de seu interior.

“Os resultados da microtomografia nos proporcionaram uma visão excepcional sobre a saúde desse indivíduo. A localização e a morfologia do tumor confirmam que se trata de um meningioma, marcando um achado sem precedentes para a nossa região”, declarou um dos cientistas do projeto.

Microtomografia do esqueleto romano. (Imagem: CENIEH/Reprodução)

Além do tumor, a “autópsia virtual” desvendou quatro lesões cranianas significativas que o indivíduo sofreu antes de morrer, evidenciadas por sinais de cicatrização.

Notavelmente, três delas, localizadas na parte externa do crânio, sugerem ferimentos infligidos intencionalmente, uma vez que sua posição no topo da cabeça não condiz com padrões comuns de acidentes.

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