Esse bicho estranho parece uma pedra, tem órgãos dentro e ainda dá para comer!
Pyura chilensis, conhecida como "rocha viva", intriga pela aparência e pelo sangue tóxico.
Nas costas do Chile e do Peru, encontra-se um fascinante organismo marinho chamado Pyura chilensis, popularmente conhecido como “rocha viva”. Tal criatura se destaca não apenas pela aparência inusitada, mas também por ser comestível, e sua presença nas zonas intertidais atrai a atenção de cientistas e gourmets.
À primeira vista, a Pyura chilensis pode ser facilmente confundida com uma formação rochosa, devido à sua camada externa resistente. No entanto, sob essa “túnica” de tunicina, milhares de piures vivem em comunhão, ao formarem uma única estrutura. A massa vermelha oculta é a parte consumida, apreciada pela população local.
Apesar de não ter um cérebro ou órgãos sensoriais, o piure fascina tanto pela sua biologia quanto pelas peculiaridades de seu sangue.
Com uma coloração vermelha que remete ao sangue, a “rocha viva”, na verdade, possui um fluido incolor, mas com uma altíssima concentração de vanádio, um metal raro e de grande interesse científico.
Pyura chilensis é chamado também de “rocha viva”, devido à sua aparência – Imagem: reprodução/Bachelot Pierre J P/Wikimedia Commons
Mistérios do sangue de vanádio
O sangue dos piures possui uma quantidade de vanádio que pode ser até dez milhões de vezes superior à encontrada na água do mar. Esse fato levanta questões sobre como esse elemento é armazenado e quais os possíveis efeitos do consumo dessa iguaria na saúde humana.
Por essa razão, o metal tóxico desperta a curiosidade de químicos que buscam entender suas propriedades e possíveis aplicações. O vanádio é visto como uma potencial solução para o armazenamento de energia, o que apenas aumenta o interesse por essa espécie.
Reprodução peculiar
Outro aspecto intrigante dos piures é seu ciclo reprodutivo. Eles nascem machos e, ao atingirem a maturidade, tornam-se hermafroditas. Em situações desfavoráveis, esses animais têm a capacidade de realizar autofecundação, o que garante a sobrevivência da espécie.
Mesmo com tantos enigmas, a Pyura chilensis continua sendo um ser vivo importante das costas chilenas e peruanas. Seja pelo seu valor gastronômico, seja pelos mistérios científicos que carrega, o animal permanece como um símbolo de fascinante complexidade natural.
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