Estudiosos encontram o rio 'mais escuro' do planeta; confira imagens do local

Em esforços de pesquisa recentes, especialistas da Suíça revelaram qual é o rio com a água mais escura da Terra. De acordo com os cientistas, não dá para enxergar um palmo à frente dentro desse corpo d'água.

Pesquisadores suíços recentemente conduziram um estudo publicado na revista Limnology and Oceanography, revelando que o rio Ruki, situado na República Democrática do Congo, é agora classificado como o corpo d’água mais escuro do mundo.

A água do rio, que é um afluente do Congo, é tão escura que, de acordo com os pesquisadores, é praticamente impossível enxergar a mão à sua frente sob a água.

Comparado com outros grandes rios tropicais, o Ruki pode ser considerado o mais sombrio de todos com águas escuras do planeta.

O estudo, conduzido por cientistas da ETH Zurique em colaboração com especialistas de outras instituições, afirma que a escuridão do rio Ruki ultrapassa até a do rio Negro, na região amazônica.

(Imagem: Matti Barthel/ETH Zurich/Reprodução)

A coloração escura da água do rio Ruki tem origem no alto teor de matéria orgânica dissolvida e na escassez de sedimentos.

Tais substâncias ricas em carbono são transportadas para o rio, principalmente pela chuva, que cai sobre a vegetação em decomposição da floresta, carregando-a até o afluente.

O rio tende a inundar a mata durante o período pluvial, o que pode resultar em semanas até que o nível da água volte ao normal. Esses fatores combinados contribuem para a sua característica água escura e praticamente opaca.

O rio mais escuro do mundo

(Imagem: Uwe Dedering/Wikimedia Commons/Creative Commons/Reprodução)

Além da notável água escura, o rio Ruki, com cerca de 1 km de largura, apresenta outra característica especial em sua bacia hidrográfica, que é quatro vezes o tamanho da Suíça.

A área ainda é coberta por uma floresta tropical primária intocada. Nas margens do rio, grandes turfeiras contêm quantidades significativas de material vegetal morto e não decomposto, transformando-as em importantes sumidouros de carbono.

Apesar de sua singularidade e tamanho impressionante, o rio Ruki nunca foi objeto de estudos científicos.

Embora os diferentes níveis de água do rio ao longo das estações tenham sido documentados desde a década de 1930, nenhum dado sobre a sua composição química estava disponível até este novo estudo.

Em 2019, os pesquisadores suíços estabeleceram uma estação de medição próxima à cidade de Mbandaka, a uma curta distância da confluência entre o rio Ruki e o rio Congo.

Desde então, eles têm realizado mensurações do fluxo da corrente e do nível da água a cada duas semanas para determinar a vazão anual.

As análises da água confirmaram a observação visual inicial: o rio Ruki é um dos sistemas fluviais mais ricos em carbono orgânico dissolvido do mundo.

Sua água contém quatro vezes mais compostos orgânicos do que a do rio Congo e 1,5 vezes mais do que a do rio Negro.

Embora a bacia do rio Ruki represente apenas uma vigésima parte de toda a Bacia do Congo, um quinto do carbono orgânico dissolvido no rio tem origem nesse afluente.

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