Estudo indica que TDAH pode ser um fator hereditário; confira detalhes

Um novo estudo analisou pais e filhos com TDAH, revelando uma questão importante sobre a genética familiar.

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por um padrão persistente de desatenção, hiperatividade e impulsividade que interfere no funcionamento ou desenvolvimento.

A análise de um extenso grupo de gêmeos em um estudo de destaque apontou para uma notável herdabilidade nos comportamentos associados ao TDAH, indicando que as semelhanças entre pais e filhos nesse aspecto provavelmente se devem a genes compartilhados.

O estudo enfatizou que a influência direta dos comportamentos parentais do TDAH e as interações entre genes e ambiente têm um papel secundário na transmissão do transtorno.

Essas descobertas foram publicadas em um artigo na revista Medicina Psicológica. Confira mais detalhes!

TDAH pode ser um fator hereditário

Até o momento, os estudos revelam que crianças com características semelhantes às do transtorno frequentemente têm pais com características semelhantes.

Apesar dessa coincidência, ainda não está claro se essa transmissão de características do TDAH ocorre devido à aprendizagem da criança ao copiar comportamentos dos pais, por conta da herança genética compartilhada, devido a alguma interação complexa entre os genes e o ambiente.

Outro fator que também está sendo analisado é sobre as condições ambientais que afetam tanto as crianças quanto seus pais, resultando em comportamentos semelhantes ao déficit de atenção.

Embora alguns estudos anteriores tenham sugerido que o TDAH é altamente hereditário, com uma porcentagem de cerca de 70% a 80%, essas conclusões ainda são controversas e sujeitas a mais pesquisas e investigações.

Thomas H. Kleppesto e sua equipe se propuseram a investigar as origens das semelhanças entre pais e filhos em comportamentos relacionados ao TDAH, buscando compreender se essas semelhanças são resultantes de fatores genéticos ou ambientais.

Para isso, eles utilizaram dados do Estudo Norueguês de Coorte de Mães, Pais e Crianças, uma pesquisa populacional conduzida pelo Instituto Norueguês de Saúde Pública entre 1999 e 2008.

Durante esse período, os participantes foram recrutados em toda a Noruega. Os comportamentos maternos e paternos relacionados ao TDAH foram avaliados utilizando a Escala de Auto-Relato de TDAH para Adultos, com as mães relatando seus próprios comportamentos quando as crianças tinham 3 anos, e os pais durante a gravidez.

Os comportamentos relacionados ao TDAH das crianças foram avaliados aproximadamente aos 8 anos de idade, utilizando a Escala de Avaliação para Transtornos de Comportamento Disruptivo.

Os resultados revelaram uma associação fraca entre os comportamentos de TDAH das crianças e os de seus pais, com uma correlação mais significativa com os comportamentos maternos.

Além disso, a análise genética apontou que 11% da variação nos comportamentos de TDAH das crianças poderia ser atribuída a fatores genéticos compartilhados entre as gerações, enquanto 46% da variação se devia à genética específica das crianças.

Resultado das pesquisas sobre a relação do TDAH

Os autores do estudo concluem que a semelhança entre pais e filhos nos comportamentos de TDAH é explicada principalmente pela transmissão passiva de fatores genéticos.

Segundo eles, as crianças assemelham-se aos pais em níveis de impulsividade, hiperatividade e atenção devido a influências genéticas compartilhadas, não por efeitos do ambiente familiar ou do TDAH parental.

Embora os fatores não genéticos também desempenhem um papel no desenvolvimento do TDAH, eles geralmente são específicos para cada criança.

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