Estudo revela que 13% dos usuários de chatbots só querem 'alguém' para conversar

Descubra como chatbots estão transcendendo suas funções originais para se tornarem fontes de conexão "humana" na era digital.

Em uma era dominada pela tecnologia e pela busca incessante por inovações, uma tendência curiosa emerge: o uso de chatbots de inteligência artificial, como o ChatGPT, não se limita apenas a tarefas cotidianas ou soluções rápidas para problemas complexos. Uma parcela significativa de usuários, cerca de 13%, recorre a essas ferramentas tecnológicas buscando algo fundamentalmente humano — a necessidade de conversar e se conectar.

A pesquisa conduzida pela Consumer Reports em agosto de 2023 revela que, dos aproximadamente 103 milhões de americanos que utilizaram chatbots generativos nos últimos meses, 13% o fizeram com o intuito primário de “ter alguém para conversar”. Este dado não apenas destaca a prevalência da tecnologia em nosso cotidiano, mas também reflete sobre a crescente busca por interações que, em tempos anteriores, seriam exclusivamente humanas.

A maioria dos usuários ainda recorre a esses chatbots para tarefas como buscar informações, editar textos ou gerar ideias para trabalhos escolares. No entanto, a escolha de utilizar estas ferramentas para conversas casuais ou para “ver como é” falar com uma IA, aponta para um cenário onde a linha entre o digital e o humano se torna cada vez mais tênue.

Interessante observar que, apesar da capacidade dos chatbots em realizar tarefas complexas, como programação — utilizada por apenas 10% dos entrevistados —, a simples busca por diálogo e companhia se destaca. Essa tendência levanta questões pertinentes sobre a saúde mental e a necessidade humana de conexão em uma era digital. A substituição de interações humanas por conversas com inteligências artificiais pode parecer uma solução para a solidão, mas carrega consigo debates éticos e preocupações sobre o bem-estar emocional.

O surgimento de chatbots como “namoradas virtuais”, quase exclusivamente voltados para o público masculino, e a observação de comportamentos abusivos em tais interações virtuais, adiciona outra camada de complexidade ao debate sobre a relação entre humanos e tecnologia.

Ao mesmo tempo em que o relatório da Consumer Reports e os dados coletados apontam para um uso diversificado dos chatbots, desde tarefas práticas até a busca por interação social, fica claro que a tecnologia, por mais avançada que seja, não substitui a profundidade e a complexidade das relações humanas.

À medida que avançamos na integração da IA em nossas vidas, é fundamental refletir sobre como mantemos nossas necessidades humanas essenciais, como a busca por conexão, em equilíbrio com o fascínio e a conveniência que a tecnologia oferece.

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