Estudo sugere que ter rinite ou não depende do mês de nascimento
O segredo pode estar nas estações em que estão localizados os “meses da rinite alérgica”.
A rinite alérgica é uma condição crônica que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo. Ela ocorre quando o sistema imunológico reage exageradamente a substâncias inofensivas, como poeira, pólen e ácaros, resultando em sintomas como espirros, coceira, coriza e congestão nasal.
Esses sintomas podem ser debilitantes, prejudicando a qualidade de vida, principalmente no que diz respeito ao sono e à capacidade de concentração.
Diversos estudos têm sido realizados para entender os fatores que podem influenciar o desenvolvimento da rinite alérgica.
Embora predisposições genéticas e ambientais já sejam reconhecidas, especialistas há muito buscam respostas mais profundas sobre o que sustenta o aumento ou a diminuição dessa condição em diferentes populações.
Um estudo recente realizado na Finlândia, publicado na revista científica Clinical and Translational Allergy, pode fornecer novas pistas sobre esse enigma.
A pesquisa sugere que o mês de nascimento pode estar relacionado à probabilidade de uma pessoa desenvolver rinite alérgica e outras condições respiratórias, como asma.
Apesar de essa correlação ainda não ser conclusiva, os resultados são intrigantes e levantam novas hipóteses.
Detalhes do estudo
O estudo, conduzido entre 2005 e 2019, acompanhou mais de 74 mil pacientes atendidos em um hospital de Helsinque, na Finlândia. Os dados coletados incluíam idade, gênero, data de nascimento e a presença de comorbidades.
Com base nesses registros, os pesquisadores analisaram a relação entre o mês de nascimento e a prevalência de doenças respiratórias.
Os resultados indicaram que pessoas nascidas no verão finlandês são menos propensas a desenvolverem rinite alérgica. As proporções em relação às estações foram:
-
12,6% no inverno;
-
12,1% no outono;
-
12% na primavera;
-
10,7% no verão.
Mesmo que por apenas cinco centésimos, o inverno prevalece como “estação da rinite”.
Rinite pode ter relação com período de nascimento da pessoa afetada – Imagem: reprodução
As estações de lá e as estações de cá
Na Finlândia, localizada no hemisfério norte, o inverno ocorre de dezembro a fevereiro, a primavera de março a maio, o verão de junho a agosto e o outono de setembro a novembro.
Já no Brasil, no hemisfério sul, essas estações são invertidas, com o verão ocorrendo de dezembro a março, o outono de março a junho, o inverno de junho a setembro e a primavera de setembro a dezembro.
Ou seja, se o estudo finlandês realmente estiver certo, quem nasce nos meses de junho, julho, agosto e setembro no Brasil tem maior risco de desenvolver rinite alérgica.
Outros fatores a serem considerados
De acordo com Sanna Salmi, professora da Universidade do Leste da Finlândia, a relação entre o mês de nascimento e a rinite alérgica pode estar associada a fatores sazonais, como a quantidade de luz solar, o metabolismo da vitamina D, a vegetação local e os níveis de poluição do ar, que influenciam a alergenicidade e a resposta imunológica.
No Brasil, onde a rinite alérgica é também bastante comum, os principais meios de aliviar os sintomas incluem:
-
Evitar ambientes empoeirados;
-
Manter a casa bem ventilada;
-
Lavar as narinas com soro fisiológico;
-
Em casos mais graves, fazer uso de medicamentos prescritos por um médico, como anti-histamínicos e corticoides.
Comentários estão fechados.