Estudos apontam alterações cerebrais causadas por pandemia em adolescentes

Além do agravamento de fatores psicológicos, a pandemia gerou impacto nas atividades cerebrais de adolescentes.

Durante a pandemia, os diagnósticos de ansiedade e depressão tiveram um aumento significativo. Na Universidade de Stanford, os pesquisadores descobriram que, especialmente durante o período extenso de lockdown, o cérebro de adolescentes envelheceu cerca de três anos, graças aos fatores psicológicos que afetaram a todos.

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É preciso ampliar pesquisas relacionadas à saúde mental

A pesquisa desenvolvida com os adolescentes foi nomeada de “Efeitos da Pandemia de Covid-19 na Saúde Mental e Maturação Cerebral em Adolescentes”. A amostra foi composta por colaboradores adolescentes de 15 a 18 anos.

Participaram desse grupo de pesquisa cerca de sete pesquisadores que usaram como metodologia a comparação de exames de ressonância magnética antes e depois da pandemia. De acordo com as imagens, as alterações cerebrais indicaram que o órgão estava com características de que era três anos mais velho.

Essas alterações estavam presentes nas partes do cérebro responsáveis pela memória, concentração, aprendizado, emoção, reatividade e julgamento. Foi observado um maior volume de hipocampo e amígdala, os locais que controlam o acesso às memórias e a formação das emoções.

Esse achado reafirma que os estresses desenvolvidos durante a pandemia, além de afetar a saúde mental, também impactou fisiologicamente as estruturas cerebrais.

Cérebro dos adolescentes na pandemia

Estudos anteriores só relacionavam essas alterações com crianças que sofriam com violência, negligência, disfunção familiar ou uma combinação. Ainda são necessários mais estudos para avaliar a influência dessas alterações no futuro dos jovens, mas fica evidente as modificações cerebrais ocasionadas pela pandemia.

Para isso, os pesquisadores reforçam a necessidade de apoio financeiro do governo.

Embora essa conclusão seja significativa, de acordo com os especialistas, esta não é uma surpresa para a comunidade científica. Isso porque já vinha sendo observado um aumento no número de casos e na gravidade dos transtornos de ansiedade, de TOC, depressão e de riscos associados ao sofrimento.

Um dos pesquisadores, Elkins, também identificou após uma triagem pediátrica em sua clínica, que 60% das crianças apresentavam um histórico recente de automutilação ou ideação suicida. Para elas, isso se justificava pela falta de apoio social e o isolamento sofrido durante os bloqueios, assim como uma maior tensão escolar.

A mudança no sistema acadêmico e o retorno atual desencadeou uma preocupação de que eles não sejam capazes de recuperar o atraso ocasionado pela pandemia.

A equipe de pesquisa pretende continuar o estudo e avaliar os participantes na fase adulta, verificando o funcionamento do cérebro. Além disso, eles pretendem investigar se houve mudança na estrutura cerebral de crianças que contraíram a Covid-19.

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