Ex-diplomata britânico faz ALERTA sobre uma TERRÍVEL ameaça tecnológica da China

Charles Parton viveu 22 anos na China, onde representava os interesses do Reino Unido e pôde ver de perto os alegados riscos que o país asiático representa.

Em artigo publicado no portal The Spectator, o ex-diplomata britânico Charles Parton fez declarações assustadoras sobre previsões relacionadas à China.

Segundo Parton, que viveu por 22 anos no país asiático, há uma nova ameaça tecnológica que, atualmente, é dominada pelos chineses. Trata-se dos módulos de internet móvel.

“Nos últimos anos, tivemos debates ferozes sobre a segurança e proteção da Huawei, 5G, TikTok, semicondutores, ChatGPT e inteligência artificial. Tudo isso pode ter lhe dado uma certa “indigestão tecnológica”. Mas, permitam-me acrescentar algo ainda mais ameaçador à mistura de ameaças da China: a segurança da internet celular (internet de chip)”, disse.

Em outro trecho do seu extenso artigo, o ex-diplomata explicou o funcionamento dos dispositivos que permitem o acesso à internet móvel.

“São pequenos componentes incorporados a equipamentos ou dispositivos que processam software, têm capacidade de geolocalização, e-sims para conectar-se à Internet e muito mais. Eles transmitem, recebem e processam grandes quantidades de dados sobre a sua localização atual”, explicou.

“Esses módulos são usados em uma vasta gama de aplicações industriais, incluindo energia, logística, fabricação, transporte, saúde, segurança e processamento de pagamentos. Em casa, eles estão em carros, medidores inteligentes, computadores, carregadores de veículos elétricos e mercadorias brancas”, prosseguiu.

“Como fungos, eles formam uma malha, independente da ação humana. Eles chegam onde o WiFi não pode e, diferentemente do WiFi, não perdem o sinal em momentos cruciais”, complementou Charles Parton.

A China pode estar tentando monopolizar o mercado de módulos de internet

No decorrer do seu alarmante artigo, Charles Parton relatou um estranho incidente envolvendo um carro oficial do governo britânico.

“Em janeiro, os serviços de segurança desmontaram um carro do governo do Reino Unido porque os dados gerados por ele estavam sendo transferidos por meio de um e-sim chinês”, contou.

“Desde então, o governo tem buscado saber sobre quem usou o carro – ou se alguma vez transportou o primeiro-ministro”, afirmou o ex-diplomata.

Noutra parte do texto, o especialista em democracia citou algumas empresas chinesas, que, segundo ele, podem estar envolvidas com esquemas de espionagem ligados a módulos de internet móvel.

“Todo mundo já ouviu falar de Huawei e Hikvision, mas poucos sabem sobre Quectel, Fibocom ou outros produtores chineses de módulos de IoT celular, apesar de representarem uma ameaça muito maior para invasão da privacidade de países”, instigou.

“O Partido Comunista Chinês espera estabelecer um monopólio desses componentes vitais por meio dessas empresas pouco conhecidas, usando subsídio, acesso a finanças baratas, tecnologia compartilhada e outros apoios estatais. Eles estão progredindo. As empresas chinesas detêm 64% do mercado global por vendas e 75% por conectividade. Para a América do Norte e Europa, as ações são de 30%, 35% e para a Índia, 86”, detalhou Parton.

Ainda de acordo com Charles Parton, toda essa movimentação da China visa criar uma dependência dos módulos produzidos no país, o que, por sua vez, seria provocado por intenções ainda mais sombrias.

“O objetivo é afastar os fornecedores de outras nações, oferecendo preços impossivelmente baixos e, em seguida, estabelecer uma dependência sistêmica dos fornecedores e equipamentos chineses”, alertou ele.

Objetivos obscuros

O ex-diplomata afirmou que o objetivo chinês é espionar pessoas ao redor do globo, sem a necessidade de usar espiões humanos, como era feito no início do século 20.

“Usando módulos celulares, é possível criar uma imagem íntima de alguém que está sendo alvo. Você pode segui-lo da câmera da porta da frente, usando câmeras de rua, o carro e os pagamentos. Você pode até acompanhar suas conversas em cafés ou clubes por meio da tecnologia de leitura labial combinada com câmeras Hikvision”, descreveu Charles Parton.

Para trazer ainda mais peso às suas palavras, o funcionário aposentado do governo britânico afirmou que os chineses podem estar planejando bem mais que apenas espionar líderes mundiais.

Conforme ele cita em um trecho do seu artigo, com o monopólio de distribuição de módulos de internet móvel, que é o alegado objetivo da China, o país asiático poderia induzir problemas elétricos à distância.

“Muitas pessoas podem não se importar se a geladeira ou a campainha as espionam pela China. Mas você se importaria se sua geladeira deixasse de funcionar. Ao enviar atualizações de software para módulos celulares, a China poderia cortar remotamente o fornecimento de eletricidade”, disse ele.

“Se o Partido Comunista Chinês conseguir obter o monopólio do fornecimento de módulos de internet móvel, poderia derrubar a rede de um país visando medidores inteligentes (que contêm esses módulos) em um momento de alto uso de eletricidade. Levaria meses para reparar”, apontou.

Antes de concluir o seu artigo, Charles Parton faz um alerta importante. “A maioria dos ministros e funcionários do governo nunca ouviu falar de módulos de internet móvel. E as empresas precisam considerar as possíveis consequências de continuar a confiar nos módulos celulares chineses além da vantagem de custo de curto prazo”, alarmou.

“Precisamos de uma ação rápida para evitar maior penetração e, assim, riscos. Um começo seria garantir que a Quectel e outras empresas chinesas não possam ser tratadas como fornecedores confiáveis em contratos governamentais ou contratos críticos de infraestrutura”, apontou Charles, indicando uma possível solução.

Por fim, Parton fez mais um apelo e apontou uma outra solução viável, dessa vez no que diz respeito ao fornecimento de módulos.

“Este [o módulo de internet produzido na China] é o material dos pesadelos. Pode parecer fantasia ou um romance de ficção científica, mas infelizmente não é. Precisamos acordar. Felizmente, existem empresas europeias, americanas, japonesas e outras cujos produtos podemos confiar”, garantiu.

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