Exame de sangue revolucionário para alzheimer pode ser lançado em 2024
Esse novo método de investigação, descoberto recentemente, tem 100% de eficácia e chegará ao mercado muito em breve.
Um estudo realizado pela empresa de biotecnologia Resonant, sediada no estado de Utah, nos Estados Unidos, aponta para a eficácia de um novo tipo de exame de sangue capaz de identificar Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas.
De acordo com a empresa, esse método de diagnóstico permite o rastreamento precoce da doença, antes dos primeiros sintomas aparecerem.
O método aplicado no estudo e o funcionamento do exame
Em sua pesquisa, a Resonant colheu amostras de plasma sanguíneo de 50 voluntários. Deles, 25 eram idosos e 13 eram pessoas de idades variadas que já tinham recebido o diagnóstico de Alzheimer.
O grupo foi completado com seis indivíduos acometidos de algum grau de comprometimento cognitivo que tendem a ter Alzheimer e outros seis que tinham algum comprometimento mais leve.
Ao analisar as amostras de plasma desses pacientes, os especialistas observaram que aqueles que tinham predisposição ao desenvolvimento de Alzheimer apresentavam um sinal diferente dos demais.
Segundo os pesquisadores, os neurônios dessas pessoas liberam altas quantidades de DNA quando são desativados. Chad Pollard, cofundador da Resonant, explica que isso não é normal.
“Sob condições normais e saudáveis, o cfDNA dos neurônios é indetectável na circulação sanguínea, mas durante a neurodegeneração e o desenvolvimento do câncer de mama, a quantidade de cfDNA que é liberada dessas células aumenta significativamente e pode ser detectada no sangue.”, disse.
Ainda de acordo com Chad Pollard, o objetivo de sua empresa é estender a abrangência do novo teste à detecção de outras doenças neurodegenerativas graves, como o Parkinson e a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).
As fragilidades e potencialidades apresentadas pelo estudo
O método de diagnóstico precoce apresentado pela Resonant é realmente interessante, mas demonstra algumas falhas.
Chad Pollard pontua uma das inconsistências que ele e sua equipe rastrearam. “Enquanto a maioria dos pacientes com comprometimento cognitivo leve que não desenvolveu a doença de Alzheimer apresentou baixos níveis de cfDNA de neurônios no sangue, alguns apresentaram níveis elevados”, explicou.
Apesar de tudo, Joseph Antoun, CEO da empresa e tecnologia nutricional Prolon, se mostrou animado com a nova possibilidade de diagnóstico precoce de doenças neurodegenerativas.
“Embora o tamanho da amostra para o estudo seja relativamente baixo, com apenas 50 participantes, esse método de medir a metilação do DNA mostra um potencial interessante”, opinou. “Eu adoraria vê-lo realizado em uma escala maior, com um tamanho populacional maior e com outros distúrbios neurodegenerativos”, admitiu.
O teste será lançado em 2024
Se tudo correr dentro do esperado pela Resonant, o exame de sangue que aponta a presença de Alzheimer de forma precoce chegará aos laboratórios norte-americanos no primeiro trimestre do próximo ano.
De acordo com a própria empresa e a associação estadunidense que cuida dos interesses de pessoas com Alzheimer e seus familiares, a Food and Drug Administration (FDA) está na fase final de testagem do novo produto.
Até então, o Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas só passam a ser investigadas mediante o surgimento dos primeiros sinais de declínio neurológico.
Porém, com tecnologias como a proposta pela Resonant, até mesmo intervenções pré-sintomáticas podem ser possíveis, de acordo com Timothy Jenkins, outro cofundador da empresa.
“Esses dados [colhidos no estudo sobre o teste] demonstram um potencial significativo para o uso dessa tecnologia como um preditor clinicamente acionável de neurodegeneração, o que poderia permitir intervenções pré-sintomáticas”, disse ele.
“Acreditamos que essa identificação precoce é a chave para melhorar os resultados para pacientes com doenças neurodegenerativas.”, concluiu.
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