Fatores do ambiente de trabalho são prejudiciais para a amamentação

Estudo feito pela UFMA confirmou o fato de que cansaço, ansiedade, ficar muito tempo de pé, levantar peso e outros fatores também são pontos prejudiciais.

É normal que o ciclo menstrual e hormonal da mulher seja alterado e influenciado por fatores externos. Quando olhamos para mulheres em período de aleitamento materno, isso pode ficar mais evidente. A revista Cadernos de Saúde Pública divulgou um estudo científico no início deste mês que comprova que o estresse e outros fatores no ambiente de trabalho podem prejudicar a produção de leite materno e, consequentemente, a saúde alimentar e imunológica do bebê.

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Apesar da ideia do estresse ser prejudicial nessa fase específica, ela não é nova e já tinha sido comprovada cientificamente. Contudo, ainda existiam dúvidas em relação a fatores comuns no ambiente de trabalho para além de somente sentir estresse. O estudo promovido pela UFMA (Universidade Federal do Maranhão) confirmou o fato de que cansaço, ansiedade, ficar muito tempo de pé, levantar peso e outros fatores também são pontos prejudiciais.

Para comprovar a tese, foi realizada uma pesquisa do tipo exploratória através de entrevistas em mais de 5 mil mulheres em período de amamentação, e que exerciam atividade laboral concomitantemente. Os dados foram coletados na cidade de São Luiz, em 2010, por cientistas da UFMA. A pesquisa foi focada nas áreas em que as mulheres exerciam atividade laboral manual semi especializada, como atendentes-balconistas, manicures, costureiras, feirantes etc.

A pesquisa aponta que trabalhadoras especificamente dessas áreas estão mais expostas a fatores que levam à interrupção da amamentação exclusiva. No setor, mais da metade (58,2%) relatou ter descontinuado a prática aos 4 meses de idade do bebê, enquanto a parte restante (34,4%) das participantes interrompeu até os 6 meses.

Os principais fatores para esses números assustadores são jornada de trabalho de 8 horas ou mais por mais de 4 dias, ficar muito tempo em pé, cansaço, ansiedade, levantar objetos muito pesados, trabalhar sob pressão e má remuneração.

“Esses achados reforçam as dificuldades de mulheres exercerem concomitantemente as funções de trabalhadoras e mães. É possível que as características do trabalho materno remunerado tenham interferido negativamente na amamentação exclusiva até o quarto mês de vida da criança pelos 120 dias de licença-maternidade, em especial para mulheres de piores condições socioeconômicas”, concluiu a pesquisa.

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