Feminino de 'todo-poderoso' é 'toda-poderosa'? Muita gente se confunde!
Plural e flexão de gênero confundem muitas pessoas na hora da pronúncia. Afinal, quais são as regras?
A língua portuguesa possui muitas regras gramaticais, muitas das quais podem confundir até mesmo os falantes nativos.
Um dos pontos que frequentemente causa perplexidade é a flexão de gênero, que se refere à alteração da forma de um vocábulo para indicar o gênero, seja masculino ou feminino.
Embora em alguns casos a flexão seja simples, como a adição de um “a” ao final da palavra masculina para formar o feminino, em outras situações específicas, como no caso de adjetivos compostos, como “todo-poderoso”, o feminino pode surpreender.
Além disso, o plural também pode ser um desafio, adicionando uma camada extra de complexidade à pronúncia e à escrita.
Diante dessas questões, surge a pergunta: quais são as regras que regem o plural e a flexão de gênero na língua portuguesa? Conheça!
O feminino de ‘todo-poderoso’
A regra que determina o feminino e o plural da expressão “todo-poderoso” é um exemplo interessante das nuances da língua portuguesa.
Embora o pronome indefinido “todo” seja frequentemente flexionado para “toda” quando usado como um determinante antes de um substantivo feminino, como em “todos os homens” e “todas as mulheres”, sua aplicação difere quando combinado com o adjetivo “poderoso” para formar o adjetivo composto “todo-poderoso”.
Nesse caso específico, “todo” funciona como um advérbio de intensidade, que equivale a “inteiramente”, “totalmente” ou “completamente”, modificando o adjetivo “poderoso”.
Como advérbios não variam em gênero ou número, “todo” permanece inalterado, independentemente do gênero ou do número do substantivo ao qual se refere.
Portanto, o feminino de “todo-poderoso” é “todo-poderosa”, mantendo o “todo” invariável, e os plurais são “todo-poderosos” e “todo-poderosas”.
Adjetivos compostos e flexão de gênero e número
Os adjetivos compostos são aqueles formados pela combinação de dois ou mais adjetivos, substantivos ou outros elementos da língua. Quando se trata da flexão de gênero e número desses adjetivos, algumas regras específicas se aplicam.
Em relação ao gênero, os adjetivos compostos podem ser classificados como biformes ou uniformes. Os biformes apresentam formas distintas para o masculino e feminino, enquanto os uniformes possuem a mesma forma para ambos os gêneros.
Em geral, apenas o último elemento do adjetivo composto é flexionado para concordar com o gênero do substantivo ao qual se refere.
Por exemplo, em “céu azul”, “céu” é masculino, então o adjetivo “azul” permanece inalterado. No entanto, em “lua azul”, onde “lua” é feminino, o adjetivo “azul” assume a forma “azul” para concordar com o gênero feminino.
Quanto ao número, se o adjetivo composto for constituído por dois adjetivos, normalmente apenas o último elemento flexiona para o plural.
Para exemplificação, em “mulheres altas”, apenas “altas” é flexionado para concordar com o substantivo no plural.
Porém, se o adjetivo composto for formado por um adjetivo e um substantivo, ou por uma cor seguida da preposição “de” e um substantivo, ele permanece inalterado no plural.
Por exemplo, em “sapatos azul-marinho”, “azul-marinho” permanece inalterado no plural. Existem algumas exceções a essas regras, como o adjetivo “surdo-mudo”, onde ambos os elementos são flexionados para o plural, resultando em “surdos-mudos”.
*Com informações de Concursos no Brasil.
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