“Férias silenciosas”: a estratégia dos millennials que está tirando o sono dos CEOs

Funcionários estão inovando ao tirar "férias silenciosas", mantendo a aparência de trabalho remoto, revela pesquisa recente.

O conceito de “férias silenciosas” tem chamado atenção das empresas dos Estados Unidos. Um estudo conduzido pela Harris Poll desvendou que muitos trabalhadores, especialmente entre os millennials, estão aproveitando o trabalho remoto para tirar dias de folga sem notificar seus superiores.

O relatório, que entrevistou 1.170 trabalhadores americanos, revelou que 37% dos millennials confessaram ter se ausentado do trabalho sem informar seus chefes. Essa prática alerta para uma nova dinâmica nas relações de trabalho, refletindo o desejo por equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

O fenômeno é visto como uma maneira de lidar com o estresse e a ansiedade gerados pela pandemia, além de refletir o desejo de afastamento da cultura rígida de trabalho pré-Covid.

Libby Rodney, diretora da Harris Poll, destacou que essa prática não se trata de uma renúncia ao trabalho, mas de um esforço para conciliar vida pessoal e profissional.

Impacto cultural e resistência empresarial

Essa nova realidade causa impacto na cultura corporativa. Apesar da resistência de muitos CEOs, que desejam o retorno ao trabalho presencial, os funcionários buscam maior flexibilidade.

Segundo uma pesquisa da Gallup, 90% dos trabalhadores entrevistados em outubro passado não desejam retornar ao antigo modelo de trabalho.

O estudo também revelou que cerca de 40% dos millennials utilizam artimanhas como movimentar o mouse do computador para simular atividade online, e enviam e-mails fora do expediente para aparentar dedicação.

Pressão e culpa: os efeitos colaterais

Os trabalhadores enfrentam sentimentos de culpa e estresse ao tentar manter a imagem de produtividade. O relatório indica que a maioria está satisfeita com os dias de folga oferecidos, mas a pressão para manter a aparência de atividade constante, mesmo fora do horário, é grande.

Isso se intensifica com a percepção de chefes considerados “incompetentes” ou “pouco solidários” por 46% dos funcionários.

Adaptação e futuro do trabalho

Apesar das dificuldades, o mercado começa a se adaptar às novas demandas. O trabalho híbrido ganha força em muitas empresas, e os trabalhadores demonstram uma clara preferência por esse modelo.

A mudança é motivada não por regalias, mas pela busca por um ambiente de trabalho mais flexível, adaptado às novas necessidades dos empregados.

À medida que a Geração Z se torna mais presente no mercado de trabalho, as empresas precisam ajustar suas práticas para atrair e reter talentos. Nesse cenário, encontrar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional será fundamental.

Rodney prevê uma nova “guerra de talentos”, onde as empresas que se alinham às expectativas de millennials e da Geração Z terão vantagem competitiva.

*Com informações do InfoMoney.

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