Fernand Léger – Biografia e principais obras

Um dos maiores nomes da pintura Cubista, Léger foi inspirado por grandes artistas do movimento, como Paul Cézanne e Pablo Picasso.

Um dos nomes mais expressivos do Cubismo, o francês Jules-Fernand-Henri Léger (1881-1955) foi um pintor, escultor, professor, produtor de cinema e ilustrador.

Mesmo sendo um dos maiores destaques do movimento caracterizado pelas linhas retas, Léger imprimiu sua marca pessoal nas obras, inserindo formas curvilíneas, que se evidenciam em um de seus quadros mais famosos, “Mulher de Azul”.

Ao longo de sua carreira, seu estilo artístico foi definido pelo uso de cores primárias e do preto e branco, pinturas em grandes superfícies usando cor uniforme, além de muitas obras figurativas.

Quem foi Fernand Léger?

Fernand Léger nasceu em 4 de fevereiro de 1881, na cidade de Argentan, na Baixa Normandia, França. Filho de camponeses, seu pai faleceu antes mesmo que ele completasse dois anos de vida.

Retrato de Fernand Léger
Retrato de Fernand Léger

Durante toda a sua infância, e uma pequena parte da juventude, estudou em escolas da sua região. Desde muito cedo já se mostrava interessado pelo desenho, mas foi aos 16 anos que ele se mudou para Caen, capital da Alta Normandia, onde começou a trabalhar como aprendiz de arquiteto.

Na virada do século Léger mudou para Paris, onde exerceu seu ofício de desenhista em um escritório de arquitetura e retoques fotográficos. De 1902 a 1903 serviu ao serviço militar de Versailles.

Depois de um tentativa fracassada de ingressar na Academia de Belas Artes de Paris, começou a estudar na Academia Julien e na Escola de Artes Decorativas em 1903. Durante o mesmo período começou a frequentar ateliês de outros artistas e a se interessar pelas pinturas de Cézanne.

Porém, sua aproximação com os cubistas só aconteceu em 1909. Entre os nomes mais conhecidos, ele esteve próximo dos pintores Pablo Picasso e George Braque e dos poetas Blaise Cendrars, Apollinaire e Max Jacob.

A primeira exposição no Salão dos Independentes veio em 1911, quando a tela mais notória foi “Nus na Floresta”. No ano seguinte participou da histórica exposição Section D’Or, realizada em Paris, e publicou o ensaio “Les origines de la peinture contemporaine” na revista Der Sturm.

“Nus na Floresta”, Fernand Léger (1910)

Mesmo inserido no movimento cubista, Léger não se conformou com com a representação unicamente conceitual. Por isso, em contraste com as formas retas de Picasso e Braque, ele usou formas tubulares e curvilíneas, conferindo uma características única às suas obras.

Essa singularidade pode ser percebida no quadro “Mulher de Azul”, uma das telas representantes do ápice de sua fase cubista.

“Mulher de Azul”, Fernand Léger (1912)

A partir de 1914, com o início da Primeira Guerra Mundial, ele foi enviado aos frontes de batalha, interrompendo seu trabalho por algum tempo. Essa experiência refletiu em suas telas, e ele passou a incorporar em seus trabalhos o ar da sociedade urbana e industrial, tomando como base as máquinas bélicas.

Foi em 1918 que ele tornou a expor suas obras, inclusive, assinando contrato com uma grande galeria, onde realizou pinturas cada vez mais distantes da abstração e próximas do modernismo.

Entre 1923 e 1924 recebeu a pintora brasileira Tarsila do Amaral em seu ateliê, influenciando tanto a formação da própria artista, quando do movimento modernista brasileiro, principalmente no que diz respeito à questão do progresso industrial.

Buscando maior estabilidade e calma, de 1924 a 1926 pintou vários murais abstratos e telas com naturezas-mortas. Fez também cenários para balé e alguns projetos de decoração, além da experiência na direção do filme “Le Ballet Mécanique” (1924).

A partir da década de 30 esteve mais próximo do movimento De Stijl e começou a fazer desenhos para mosaicos, vitrais e cerâmica. Em 1935 suas obras foram expostas no Instituto de Artes de Chicago, nos Estados Unidos.

Em 1940 veio a Segunda Guerra Mundial, e até 1945 ele teve que se refugiar nos Estados Unidos, onde trabalhou como professor na tradicional Universidade de Yale. Durante essa época ele já usava um procedimento que o acompanhou até o fim da carreira, a dissociação entre cor e desenho.

O regresso para a França aconteceu em 1945. Na bagagem Léger levou uma série de obras inspiradas nas paisagens industriais estadunidenses. A partir daí começou a produzir obras em série, retratando temas muito populares e as tensões da sociedade moderna, tais como palhaços, acrobatas, ciclistas, máquinas e outros.

Fernand Léger faleceu no dia 17 de agosto de 1955, em Gif-Sin-Yvette, França.

Principais obras de Fernand Léger

O trabalho de Fernand Léger se caracteriza pela organização e rigor com que captou os motivos representados em suas obras. Sempre em busca de conexão com a realidade, em suas telas são notórias a clareza e a solidez.

Para captar a realidade com mais precisão, usou muitos contrastes, misturando objetos banais, formas mecânicas e figuras humanas. Conheça alguns dos quatros que marcaram a carreira do francês.

  • Nus na Floresta (1910)
  • Fumantes (1912)
  • Mulher de azul (1912)
  • Modelo nu no estúdio (1913)
  • O contraste das formas (1913)
  • A mulher com armadura (1913)
  • 14 de julho (1914)
  • Composição (1918)
  • O cruzamento da estrada de ferro (1919)
  • Elementos mecânicos (1920)
  • A mecânica (1920)
  • Três mulheres (1921)
  • Natureza morta com caneca de cerveja (1922)
  • O acrobata e sua parceira (1948)
  • O grande desfile (1954)
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