10 filmes para quem gosta de psicologia
Mesmo que não falem diretamente sobre a psicologia, esses filmes têm personagens complexos e discutem questões da psique humana.
1. 12 homens e uma sentença (1957)
A história trata da decisão dos doze jurados em um tribunal sobre a culpa ou inocência de um jovem porto-riquenho acusado de fratricídio. O jovem só pode ser considerado culpado caso sua culpa seja unanimemente indubitável.
Onze dos jurados votam pela condenação, com exceção do personagem de Henry Fonda, que expõe as razões para sua decisão e tenta chegar a um consenso com os demais membros do júri.
Dirigido pelo mestre Sidney Lumet, escrito por Reginald Rose e estrelado por Henry Fonda, esse é um clássico estudado nas áreas de direito, psicologia e filosofia.
Tornando-se mais tensa com a progressão do filme, a câmera adota planos mais fechados, os cortes ficam mais frequentes e as discussões mais acaloradas.
Aspectos da psique humana são trazidas à tona, como os preconceitos, os vieses, o pensamento coletivo e a violência latente na sociedade americana
2. Brilho eterno de uma mente sem lembrança (2004)
Misturando comédia, drama e ficção científica, o premiado roteirista Charlie Kaufman escreveu uma história sobre um mundo onde é possível apagar memórias seletivamente.
Após terminar um longo relacionamento, Clementine (Kate Winslet) decide esquecer Joel (Jim Carrey). Joel, ainda apaixonado por Clementine, entra em depressão ao descobrir sua atitude. Ele então tem de decidir se quer fazer o mesmo e apagar parte de sua vida e aprendizado.
Transcorrido pela maior duração dentro da cabeça de Joel, este é um filme ambicioso que propõe uma madura e poética reflexão sobre relacionamentos e sobre a identidade.
Até que ponto apagar memórias é apagar a história de vida que compõe a personalidade? O caminho menos doloroso é necessariamente o mais proveitoso? Essas são algumas das questões levantadas pela obra.
3. Amnésia (2000)
Leonard (Guy Pearce) está procurando o homem que matou sua esposa. Entretanto, ele sofre de uma condição que o impede de formar memórias de longo prazo.
Leonard não pode reter um fato, onde está indo ou a razão, por mais de poucos minutos. Assim, para conduzir sua busca, ele precisa fotografar, anotar, tatuar fatos importantes.
“Memento”, no original, foi escrito e dirigido por Christopher Nolan e reflete o interesse pela estrutura que o cineasta apresentaria pelo resto da carreira.
Com cronologia fragmentada, assistir ao filme é um experiência participativa. O espectador é trazido para dentro da pele tatuada do protagonista e levado a entender temas como a vingança e violência.
4. Um Estranho no Ninho (1976)
Randle Patrick McMurphy (Jack Nicholson), é um criminoso que simula loucura para evitar ser preso na cadeia regular. Ele então é mandado para uma instituição para doentes mentais.
Lá, se envolve com os internos e com a organização rígida da instituição. Revolta-se contra os abusos cometidos pela clínica contra os vulneráveis e tenta defendê-los.
Um Estranho no Ninho é um clássico absoluto sobre a saúde mental. Filmado em uma clínica psiquiátrica real, foi filmado em uma época em que o respeito aos internos recebia muito menos atenção do que hoje.
Ocupa a posição número 33 na lista dos 100 melhores filmes da American Film Institute e foi o segundo filme a receber os cinco principais Oscars (melhor filme, melhor diretor, melhor roteiro, melhor ator e melhor atriz)
5. Rain Man (1988)
Ao morrer, o milionário pai de Charlie Babbitt (Tom Cruise) deixa para ele apenas rosas e um carro. O restante de sua fortuna vai para um desconhecido Raymond Babbit (Dustin Hoffman).
Charlie investiga e descobre que o beneficiário, Raymond, é seu irmão mais velho autista. Charlie se aproxima do vulnerável Raymond, disposto a lutar judicialmente pela guarda do irmão.
Em 1988 o autismo era muito menos entendido do que hoje e recebia menos atenção. O filme foi um dos responsáveis pela conscientização acerca da condição e da desmistificação do autismo.
A atuação metódica de Dustin Hoffman ajudou a lançar luz sobre a complexidade do espectro autista para o público.
6. Clube da Luta (1999)
Um protagonista sem nome (Edward Norton) sofre de insônia e depressão. Ele se envolve com um estranho vendedor chamado Tyler Durden (Brad Pitt) e passa a adotar diversas de suas idiossincrasias misantrópicas e críticas da sociedade consumista.
Passa a morar em uma casa decrépita e abandona sua vida de classe média alta. A amizade é comprometida quando uma mulher, Marla (Helena Bonham Carter), atrai a atenção de Tyler.
Clube da Luta é o tipo de obra tão impactante que muda o gênero ao qual pertence. Hoje é impossível fazer um filme da categoria de “narrador não-confiável” sem ter em mente o Clube da Luta, e todos os filmes da categoria serão inevitavelmente comparados a esse.
Clube da Luta não busca oferecer um retrato fiel da esquizofrenia ou do transtorno dissociativo de identidade, mas sim fornecer através da narrativa estilizada, uma reflexão acerca da realidade e do tecido social.
7. Taxi Driver (1976)
Ao chegar da guerra do Vietnã, Travis Bickle (Robert De Niro) consegue um emprego como taxista. Sem responsabilidades ou relacionamentos em que ancorar sua vida, Travis trabalha todo seu tempo enquanto descende lentamente na solidão e alienação. O Isolamento e a sensação de ser um renegado transformam-no em um anti-social nocivo.
Taxi Driver é um tratado sobre a solidão e um dos filmes mais influentes do século XX. A cinematografia inventiva de Martin Scorsese modificou a composição de personagem no cinema americano. O mundo interior de Travis são retratados através da câmera subjetiva e de diálogos realistas.
8. 8½ (1963)
O diretor Federico Fellini fez um filme em que Guido Anselmi (Marcello Mastroianni) é um diretor com bloqueio criativo tentando concluir um filme.
Simples na trama, mas com narrativa e personagens complexos, 8½ é um dos pilares da metalinguagem no cinema. Fellini promove um diálogo honesto sobre o fazer artístico com a audiência, sobre o que é arte, sobre o porquê de fazermos o que fazemos.
9. Quem tem medo de Virgínia Woolf (1966)
Os professor de História George (Richard Burton) e sua esposa alcoólatra Martha (Elizabeth Taylor) entram em conflito com um casal mais jovem e menos desiludido pela vida.
Nick (George Segal) e sua esposa tímida Honey (Sandy Dennis) expõem os traumas do outro casal e têm suas ilusões partidas pela discórdia.
Quem tem medo de Virgínia Woolf expõe como é ingênuo o sonho americano e como eventos traumáticos podem causar danos permanentes.
Baseado na peça de Edward Albee, o filme apresenta uma atenção primorosa com os diálogos sarcásticos e com a composição de personagens profundamente danificados.
10. O Franco Atirador (1978)
Amigos de infância, vindos da classe operária de uma pequena cidade, são jogados na brutalidade da Guerra do Vietnã logo após o casamento e da última caçada em grupo deles.
Os senhos acerca da glória militar provam-se falsos pelo absurdo e crueldade da guerra. Mesmo as esposas, que não foram à guerra, têm as trajetórias de suas vidas alteradas pelo acontecimento.
A Guerra do Vietnã rendeu grandes filmes. O Franco Atirador é certamente o mais introspectivo e psicológico deles e, juntamente com Nascido para Matar (1987) e Apocalipse Now (1979), sepultou a noção de que a guerra é gloriosa. O filme ganhou cinco prêmios Óscar, incluindo melhor filme e melhor diretor.
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