Fim do Enem? Existem chances de o Exame acabar?
O Enem, hoje, é uma das principais formas de ingresso em universidades públicas e privadas. Ainda assim, ele pode ser extinto?
Transição no governo federal e mudanças na estrutura do ensino médio são dois assuntos intimamente ligados à Educação brasileira, por consequência, ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que é tido como a principal avaliação do país. Tais pontos, e outros, levantaram diversas questões sobre a extinção da prova. Mas, será que o Enem pode acabar?
Em resposta a esta pergunta, atualmente, não existem previsões a respeito do fim do Enem. No entanto, o que deve acontecer nos próximos anos é uma reformulação da maior prova de conhecimentos do país.
Essas mudanças já estão acontecendo, e se evidenciaram a partir de 2017. Porém, a previsão é que o novo ensino médio acelere o processo. Ao longo do último ano, algumas discussões já foram feitas. Entretanto, mudanças oficiais na atual estrutura ainda não foram anunciadas.
Criação do Enem
O Exame Nacional do Ensino Médio foi criado pelo Ministério da Educação (MEC) em 1998. Ou seja, em 2018, a prova tradicionalmente aplicada no segundo semestre, completou 20 anos.
Em síntese, o principal objetivo do Exame é avaliar os estudantes do ensino médio, das escolas públicas e privadas. Entretanto, os dados obtidos através da aplicação da prova, além de serem usados para medir o desempenho individual, contribuem para a elaboração das políticas públicas do governo.
Com o passar do tempo e consolidação da prova, a partir de 2009 muitas universidades públicas e privadas adotaram a avaliação do Enem como forma seleção. Algumas, inclusive, utilizam este como o único sistema avaliativo.
Programas como o Sistema de Seleção Unificada (SISU), Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) deram mais possibilidades de ingresso em cursos de nível superior.
De acordo com o Censo da Educação Superior, divulgado pelo MEC em 2016, naquele ano, 8.052.254 estudantes estavam matriculados em 4.366 cursos de graduação, ofertados em 2.407 instituições de educação superior (IES) no Brasil.
Como o novo ensino médio vai mudar Exame?
Atualmente, a grade curricular obrigatória do ensino médio é composta por 13 disciplinas, a reforma, no entanto, propõe uma redução drástica.
De acordo com a proposta, na primeira metade etapa de ensino apenas as matérias de Matemática, Linguagens, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Formação Técnica Profissional.
A partir da segunda metade, os estudantes poderão escolher quais as disciplinas vão estudar para obter o diploma de conclusão do ensino médio.
Mas, e como deve ficar o sistema de avaliação do Enem se cada estudante poderá optar por se aprofundar em uma área? Uma das possibilidades é a realização de uma primeira etapa comum, cujas questões seriam elaboradas a partir da grade curricular obrigatória.
A segunda etapa, por sua vez, consistiria em uma prova específica, de acordo com a área da profissão que o estudante pretende seguir. Por exemplo, um estudante que deseja cursar Ciências Sociais, faria prova de história, geografia, filosofia, sociologia e outras correlatas.
No entanto, estas são apenas suposições, já que o governo, até o momento, não oficializou nenhuma mudança na estrutura do Enem.
Transição do governo federal e o Enem
Após a realização do primeiro dia prova do Exame Nacional do Ensino Médio em 2018, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, anunciou que passará a tomar conhecimento do conteúdo da prova antes da aplicação.
Atualmente a metodologia de elaboração da prova não é a mesma dos vestibulares tradicionais. As questões não são todas elaboradas pela mesma equipe. Elas são retiradas de um banco elaborado por diversos professores.
Um grupo de profissionais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia responsável pela aplicação do Exame, fica responsável por selecionar as perguntas e elaborar três versões diferentes da avaliação.
A primeira delas, é a prova aplicada para todos os alunos, a segunda, para presidiários e a terceira fica reservada, caso algum imprevisto aconteça.
Hoje, por questões de segurança, somente o Inep e um restrito grupo da Gráfica contratada têm acesso à prova em ambientes restritos dentro do Inep e da gráfica.
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