Fim do feijão de molho! Embrapa inova e começa a produzir feijão que não dá gases

A Embrapa está desenvolvendo uma inovação que pode mudar o modo como os brasileiros consomem feijão, um dos alimentos mais tradicionais do país. Usando biotecnologia avançada, a instituição está criando uma variedade que não causa gases, preservando sabor e nutrientes. A inovação tem potencial para melhorar a qualidade de vida de muitos, especialmente daqueles que evitam o feijão devido a desconfortos digestivos.

O problema do feijão causar gases é conhecido, sendo decorrente dos oligossacarídeos, carboidratos que não são digeridos no estômago. Ao chegarem ao intestino grosso, esses compostos são fermentados por bactérias, produzindo gases como hidrogênio e metano. Esse processo resulta em desconforto abdominal, levando muitos a evitarem o feijão, apesar de seus benefícios nutricionais.

Para resolver isso, a Embrapa está utilizando uma técnica de edição genética chamada CRISPR. Esta tecnologia permite desativar genes responsáveis pela produção de oligossacarídeos, sem alterar o valor nutritivo do feijão. A inovação ainda está em fase de testes, visando garantir viabilidade à escala comercial.

Biotecnologia: será o fim dos gases do feijão?

A técnica CRISPR possibilita uma edição precisa dos genes, desativando aqueles que produzem compostos causadores de gases. Este processo minucioso necessita de anos de pesquisa para assegurar que o produto final seja seguro e eficaz. Os pesquisadores da Embrapa já comprovaram que o sabor e o valor nutricional do feijão permanecem inalterados.

O próximo passo é testar o cultivo dessa variedade geneticamente modificada em larga escala. Isso garantirá que o novo feijão seja viável tanto para produtores quanto para consumidores. Essa inovação destaca o Brasil como um líder em avanços de biotecnologia agrícola, promovendo uma revolução na alimentação.

Foto: Shutterstock

Benefícios do feijão

• Para o consumidor

O feijão geneticamente editado da Embrapa apresenta vantagens diretas para a saúde. Ele facilita a digestão, reduzindo o desconforto abdominal e incentivando o consumo desse alimento rico em proteínas e minerais. Isso é especialmente relevante para populações que dependem do feijão como fonte principal de nutrientes.

• Para o meio ambiente

Além de beneficiar a saúde humana, o feijão sem gases também contribui para a sustentabilidade ambiental. A redução de gases durante a digestão implica em menos emissões de metano, um gás de efeito estufa. Embora o impacto ambiental seja pequeno comparado à agropecuária, cada ação é significativa no combate às mudanças climáticas.

O feijão sem gases é uma inovação que promete contribuir tanto para a saúde pública quanto para a sustentabilidade do planeta. Com regulamentações e aprovações necessárias, ele deverá estar disponível em breve, reforçando o papel da ciência na melhoria da qualidade de vida e na preservação de tradições alimentares.