Fósseis de dentes-de-sabre revelam segredos da evolução animal
Uma equipe de pesquisadores desvenda o passado com a descoberta de duas novas espécies de dentes-de-sabre, mas o que são?
Um grupo de pesquisadores realizou um estudo interdisciplinar que identificou e descreveu duas novas espécies de tigres dentes-de-sabre — Lokotunjailurus chinsamyae e Dinofelis werdelini.
Isso ocorreu com base em fósseis encontrados na região de Langebaanweg, na África do Sul, datados do período Plioceno.
Os achados lançam luz sobre a evolução desses predadores extintos e foram publicados na revista científica iScience. Os gatos dentes-de-sabre eram felinos pré-históricos famosos por suas presas longas e curvas, vivendo entre 2,5 milhões e 10 mil anos atrás.
Ao contrário de leões e tigres, os felinos descobertos provavelmente não eram animais sociais. Seu desaparecimento coincidiu com a extinção em massa da megafauna no final do período Pleistoceno.
Tais espécies de gatos, pertencentes aos gêneros Dinofelis e Lokotunjailurus, foram reveladas em várias partes do mundo, mas as do gênero Lokotunjailurus eram previamente desconhecidas na região do Chade e Quênia antes desse estudo.
(Imagem ilustrativa do crânio de um dentes-de-sabre: Reprodução/Internet)
A importância da era geológica desse fóssil
O período Mioceno-Plioceno, que abrangeu de aproximadamente 23 a 2,6 milhões de anos atrás, foi marcado por mudanças climáticas, incluindo o resfriamento global e o desenvolvimento de pastagens.
Também viu-se o surgimento dos primeiros hominídeos no registro fóssil e transformações significativas na flora e fauna, influenciando o ambiente e a evolução da Terra.
O paleontólogo Alberto Valenciano, da Universidade Complutense, utilizou fósseis do Museu Iziko como base para sua pesquisa.
Sua equipe examinou várias características físicas dos fósseis, como a presença dos dentes, a estrutura dentária e a forma dos crânios e mandíbulas.
Os dados coletados foram organizados em uma matriz que permitiu a criação de uma árvore genealógica, revelando as relações entre as diferentes espécies encontradas em Langebaanweg, que habitavam ambientes de pastagens e florestas cerca de 5,2 milhões de anos atrás.
Os pesquisadores sugeriram que o aumento da aridez no período Plioceno, que resultou em mais áreas abertas, pode ter acarretado a evolução do bipedalismo em hominídeos.
Essas mudanças ambientais também influenciaram a dieta e o comportamento dos primeiros humanos, levando a mudanças fundamentais.
Isso inclui, por exemplo, a ingestão de carne, a caça em áreas abertas, o desenvolvimento de ferramentas e a formação de sociedades complexas para proteção.
No entanto, mais pesquisas são necessárias para compreender completamente tais aspectos da evolução dos hominídeos.
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