Fragmentos encontrados em obra de metrô em SP revelam parte da história
O novo sítio arqueológico foi encontrado em uma área designada para as obras do Metrô da linha 6 de São Paulo. Saiba mais detalhes!
Foi descoberto recentemente um novo sítio arqueológico na área das obras da Linha 6-Laranja do Metrô em São Paulo. O local foi batizado de Sítio Lavapés.
Os arqueólogos responsáveis pela obra relataram que o sítio está localizado no poço de ventilação e saída de emergência na Rua Senador Felício dos Santos, entre as ruas Tamandaré e Pires da Mota, no bairro da Liberdade, localizado no centro da capital paulista. A descoberta desse sítio arqueológico traz novas perspectivas e insights sobre a história e o passado da região.
De acordo com o relatório enviado pela empresa de arqueologia A Lasca ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foram identificados oito sítios arqueológicos históricos desde o início das atividades de consultoria e assessoria ao empreendimento, o que vem acontecendo desde 2021 até este ano.
O número de sítios cadastrados na área das obras da Linha 6-Laranja do Metrô aumentou para 11, incluindo o recentemente identificado Sítio Lavapés. A Lasca, responsável pelo monitoramento arqueológico, solicitou autorização para realizar um salvamento emergencial nesse sítio específico.
O que a descoberta do sítio arqueológico representa?
A descoberta do Sítio Lavapés é significativa, pois evidencia a presença histórica da comunidade negra na região, que foi um centro de exploração do mercado escravocrata paulista.
Essa descoberta reforça a importância da resistência negra e mostra como essa influência se espalhou por toda a região, que posteriormente se tornou conhecida por sua influência oriental ou italiana.
Luciana Araujo, membro do Mobiliza Saracura/Vai-Vai, ressalta a importância de destacar essas evidências históricas da presença negra no território circundante.
No Sítio Saracura/Vai-Vai, estima-se que haja cerca de 5 mil peças arqueológicas a serem encontradas. Até o momento, já foram retiradas 2.231 peças durante as primeiras prospecções e início do resgate.
Essa descoberta reforça a necessidade de um trabalho arqueológico aprofundado, que explore de maneira abrangente os territórios sagrados afetados pelas obras.
Para Luciana Araujo, a identificação desse novo bolsão de materiais arqueológicos ressalta a importância de uma pesquisa mais aprofundada, que leve em consideração a rica história e os territórios sagrados afetados.
Além disso, ela destaca que essa descoberta reafirma a importância de preservar o Vai-Vai e a comunidade negra que mantém a resistência de quilombo, que deu origem ao bairro do Bixiga.
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