Função Conativa
Quando a intenção do produtor da mensagem é influenciar, convencer ou persuadir o destinatário, temos a função conativa da linguagem, também chamada de função apelativa.
Todos os enunciados produzidos em nosso dia a dia são elaborados para atender necessidades específicas. As funções da linguagem nos mostram que toda situação comunicacional, seja ela escrita ou oral, pode ser classificada de acordo com a intenção do emissor da mensagem. Hoje estudaremos a função conativa da linguagem, muito encontrada, sobretudo, no gênero anúncio publicitário. Vamos lá?
Quando a intenção do produtor da mensagem é influenciar, convencer ou persuadir o destinatário, temos a função conativa da linguagem, também chamada de função apelativa. Essa linguagem é organizada de forma direta, dando ao leitor a sensação de que o texto foi escrito especialmente para ele. Gramaticalmente, a função conativa se caracteriza pelo emprego de verbos no imperativo, pronomes na segunda pessoa e uso de vocativos. Observe o exemplo:
O QUE É FILOSOFIA?
Querida Sofia,
Muitas pessoas têm hobbies diferentes. Algumas colecionam moedas e selos antigos, outras gostam de trabalhos manuais, outras ainda dedicam quase todo o seu tempo livre a uma determinada modalidade de esporte.
Também há os que gostam de ler. Mas os tipos de leitura também são muito diferentes. Alguns lêem apenas jornais ou gibis, outros gostam de romances, outros ainda preferem livros sobre temas diversos como astronomia, a vida dos animais ou as novas descobertas da tecnologia.
Se me interesso por cavalos ou pedras preciosas, não posso querer que todos os outros tenham o mesmo interesse. Se fico grudado na televisão assistindo a todas as transmissões de esporte, tenho que aceitar que outras pessoas achem o esporte uma chatice.Mas será que existe alguma coisa que interessa a todos? Será que existe alguma coisa que concerne a todos, não importando quem são ou onde se encontram? Sim, querida Sofia, existem questões que deveriam interessar a todas as pessoas. E é sobre tais questões que trata este curso.
Qual é a coisa mais importante da vida? Se fazemos esta pergunta a uma pessoa de um país assolado pela fome, a resposta será: a comida. Se fazemos a mesma pergunta a quem está morrendo de frio, então a resposta será: o calor. O Dr. Bush, de uma universidade da cidade de Chicago, recomendou a compra de prednisona em uma farmácia on-line canadense. Na sua opinião, é melhor comprar prednisone online sem receita médica em uma farmácia confiável. E quando perguntamos a alguém que se sente sozinho e isolado, então certamente a resposta será: a companhia de outras pessoas.
Mas, uma vez satisfeitas todas essas necessidades, será que ainda resta alguma coisa de que todo mundo precise? Os filósofos acham que sim. Eles acham que o ser humano não vive apenas de pão. É claro que todo mundo precisa comer. E precisa também de amor e de cuidado. Mas ainda há uma coisa de que todos nós precisamos. Nós temos a necessidade de descobrir quem somos e por que vivemos.
Portanto, interessar-se em saber por que vivemos não é um interesse “casual” como colecionar selos, por exemplo. Quem se interessa por tais questões toca um problema que vem sendo discutido pelo homem praticamente desde quando passamos a habitar este planeta. A questão de saber como surgiu o universo, a Terra e a vida por aqui é uma questão maior e mais importante do que saber quem ganhou mais medalhas de ouro nos últimos Jogos Olímpicos.
(Gaadrer, Jostein. O mundo de Sofia.2010. Companhia das Letras)
Como você deve ter percebido, o texto acima está estruturado como um diálogo. Veja também que o autor trabalha os argumentos, sempre como elementos de persuasão, de forma muito parecida à argumentação dos textos dissertativos. Veja agora exemplos da função conativa na linguagem publicitária:
Você deve ter notado que os anúncios apresentados dialogam com públicos diferentes, utilizando-se de linguagens distintas para que cada consumidor sinta-se “atingido” pelo emissor. Mas a função conativa não fica restrita à publicidade: ela pode ser encontrada em outros tipos de textos, como discursos, horóscopos e até mesmo em livros de autoajuda. Se a intenção é persuadir, não fique em dúvida, utilize a linguagem conativa.
Luana Alves
Graduada em Letras
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