Gelo que colocamos na bebida pode estar cheio de bactérias; entenda
Estudo científico corrobora essa informação, então tome cuidado com os bares onde você toma suas bebidas.
O hábito de utilizar gelo em cubos para manter bebidas a uma temperatura mais amena é uma prática comum que se popularizou no mundo moderno.
Essa tradição remonta ao século XIX, quando o americano Frederic Tudor começou a exportar gelo de lagos congelados de Massachusetts para regiões mais quentes do mundo, incluindo o Caribe e a Índia.
Com o tempo, a tecnologia de refrigeração evoluiu, e a fabricação de gelo em larga escala tornou-se uma prática comum em restaurantes, bares e residências ao redor do mundo.
Gelo que você consome pode estar contaminado
Estudos realizados na Inglaterra revelaram uma realidade alarmante: cerca de 30% do gelo servido em lanchonetes e restaurantes do país está contaminado com coliformes fecais, bactérias que podem ser perigosas à saúde humana.
A pesquisa, conduzida pela Health Protection Agency (HPA), destacou que tais contaminantes são muito encontrados em amostras de gelo empregadas em estabelecimentos comerciais.
A contaminação é preocupante, pois esses microrganismos estão associados a infecções gastrointestinais, que têm mostrado um aumento significativo no Reino Unido.
Desde a década de 1990, os casos de infecção gastrointestinal aumentaram cerca de 50%, segundo dados das autoridades sanitárias inglesas.
Bebidas podem ser contaminadas devido a microrganismos no gelo – Imagem: reprodução
Como ocorre essa contaminação?
A principal causa da contaminação do gelo, de acordo com o estudo inglês, está relacionada aos equipamentos e métodos de manuseio utilizados nos estabelecimentos.
As máquinas de fazer gelo, as torneiras de onde sai a água para produzir gelo e os utensílios, como colheres e copos, além das mãos dos funcionários, são os principais vetores de contaminação.
Muitas vezes, tais máquinas e utensílios não são higienizados adequadamente, o que permite a proliferação de coliformes fecais.
A água utilizada, se não for filtrada corretamente, também pode ser uma fonte de bactérias.
Riscos associados ao consumo de gelo contaminado
Consumir gelo contaminado por coliformes fecais pode resultar em infecções gastrointestinais, que se manifestam através de sintomas como diarreia, vômitos, dores abdominais e febre.
Em casos mais graves, especialmente em indivíduos com sistemas imunológicos comprometidos, essas infecções levam a complicações sérias e necessitam de hospitalização.
A ingestão de gelo contaminado é particularmente perigosa porque muitas pessoas não suspeitam que algo aparentemente inofensivo possa ser um veículo de bactérias.
Como se proteger?
Para se proteger dos riscos associados ao consumo de gelo contaminado, é importante adotar medidas de precaução.
Dentre elas, é crucial se certificar de que os estabelecimentos que você frequenta possuem práticas adequadas de higiene e manutenção de seus equipamentos.
Já em casa, utilize água filtrada para fazer gelo e limpe regularmente as bandejas de gelo e as máquinas de fazer gelo.
Além disso, ao consumir bebidas, especialmente em locais de procedência duvidosa, considere a possibilidade de evitar o uso de gelo ou consuma bebidas geladas apenas em locais em que confia na higiene.
Tenha em mente que esse panorama de níveis elevados de contaminação do gelo não se restringe à Inglaterra.
Embora o estudo mencionado tenha sido realizado lá, a contaminação do gelo é um problema que pode ocorrer em qualquer parte do mundo, incluindo o Brasil.
Portanto, é essencial que consumidores e estabelecimentos estejam conscientes da importância da higiene na produção e manuseio do gelo para garantir a saúde e a segurança de todos.
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