Geração Z estaria perdendo habilidades milenares, alertam professores

Professores apontam impacto das redes sociais na escrita da geração Z, afetando habilidades manuais e construção de argumentos.

O avanço das tecnologias digitais está modificando diversas habilidades dos jovens da geração Z. Nascidos em um mundo repleto de dispositivos digitais, esses jovens enfrentam desafios na escrita manual e na elaboração de textos complexos.

Especialistas destacam que o uso intenso de meios digitais influencia negativamente tais capacidades nas pessoas mais novas. O uso contínuo de redes sociais, onde a comunicação é feita por frases curtas, impacta a habilidade dos estudantes em desenvolver parágrafos coerentes.

A pesquisa conduzida pela Universidade de Stavanger, na Noruega, revelou que um ano sem a prática da escrita manual já prejudica significativamente a legibilidade caligráfica.

Com a substituição de cadernos por telas, muitos jovens perdem a prática da escrita tradicional e enfrentam dificuldades em manter uma caligrafia legível. Nedret Kiliceri, professora de linguagens da Turquia, observa que a falta de treinamento continua a degradar a caligrafia dos estudantes.

Desafios na escrita e argumentação

A prevalência de frases curtas nas redes sociais tem levado os estudantes a enfrentar dificuldades na construção de textos coesos. Kiliceri destaca que muitos jovens acreditam que listar frases soltas cria parágrafos, sem considerar a ligação entre as ideias.

A geração Z, em muitos casos, abandonou o uso de cadernos e canetas e perdeu totalmente a prática com esses objetos. Segundo a professora Tavares, essa tendência reflete uma remodelação da linguagem pela tecnologia.

A importância da prática manual

Em artigo publicado no portal do Instituto Humanitas Unisinos, o teólogo, filósofo e professor brasileiro Robson Ribeiro ressalta a importância histórica da escrita. Criado há cerca de 5.500 anos, o sistema cuneiforme é uma forma de preservar conhecimentos e se expressar criativamente.

Para equilibrar a eficiência digital e a profundidade comunicativa, é essencial reservar tempo para práticas manuais. Uma abordagem híbrida entre o digital e o tradicional pode ser a solução para manter essas habilidades vivas.

Ribeiro enfatiza a necessidade de pesquisas para entender o impacto da escrita digital, principalmente no ensino médio. Avaliar como equilibrar tecnologia e ensino tradicional pode ser crucial para preparar os jovens para o futuro.

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