Golfinhos GRITAM embaixo d’água porque nós estamos atrapalhando

A ciência estuda a comunicação entre os golfinhos há anos. Eles utilizam barulhos em frequências muito específicas para conversar uns com os outros. O que recentemente foi descoberto pelos cientistas é que os golfinhos gritam embaixo da água, pois nós estamos os atrapalhando. Consegue imaginar por quê?

Imagine que o oceano é como uma cidade. Ele tem as suas vias de tráfego, seus moradores e, principalmente, seus bairros. Os mais afastados são os mais tranquilos, já os mais próximos do centro são mais caóticos e barulhentos. É aí que entra o grito dos golfinhos. E também os seres humanos.

Golfinhos gritam porque os seres humanos atrapalham

Seguindo com a metáfora da cidade, digamos que nós, os golfinhos, outros peixes e criaturas marinhas somos os moradores. Quando o seu vizinho dá uma festa com música alta, fica difícil ouvir quem está na sua própria casa, não é? Pois é assim que estes mamíferos se sentem!

O barulho dos navios, das plataformas de exploração de petróleo e gás, os núcleos de operações militares e até mesmo das cidades litorâneas pode ser ouvido no oceano. Isso atrapalha consideravelmente a comunicação dos animais. Ao menos é o que está defendido e publicado na revista Current Biology.

É por isso que os golfinhos gritam. “Mesmo assim, há um aumento drástico na frequência com que eles falham em se coordenar”, explicou o biólogo de baleias Shane Gero.

Pesquisa sobre os animais

No estudo, os cientistas trabalharam com dois golfinhos machos em uma lagoa experimental, na Flórida. A dupla de mamíferos foi treinada para nadar rumo a diferentes pontos e apertar um botão.

Antes de executar a tarefa, eles assobiavam.

Criando ambientes sonoros diferentes, os cientistas perceberam que os golfinhos começaram a mudar o comportamento para compensar o ruído alto. Muitas vezes, eles gritavam, dobrando a duração dos seus assobios.

Além disso, quanto mais barulhento ficava, menos sucesso os golfinhos tinham na tarefa dada.

Comunicação importante

Na natureza, estes animais não gritam. Eles usam o som para se comunicar e encontrar-se uns com os outros. Com muito barulho, a “conversa” entre eles não é tão eficiente. Em alguns casos, nem acontece. Isso atrapalha a caça e a própria sobrevivência destes bichinhos.

Estima-se que há algumas partes que já estejam inviáveis para a garantia de sobrevivência dos golfinhos. De acordo com a Folha de São Paulo, estes cetáceos migraram de lugares nos quais não conseguem se comunicar, como áreas ao redor de Los Angeles ou Boston, nos Estados Unidos.