Herpes – O que é, sintomas, fatores de risco e tratamento

Saiba quais são os tipos de herpes, como acontece a transmissão, sintomas, tratamentos, fatores de risco e como se prevenir desse vírus

Estima-se que cerca de 90%da população mundial tenha o vírus da herpes alojado no organismo. No entanto, somente de 10% a 15% das pessoas manifestam os sintomas. Mas o que é herpes?

Herpes é uma doença causada por dois tipos de vírus: o vírus Varicela-Zóster (VVZ), que causa catapora (varicela) e também o popularmente conhecido como cobreiro (herpes zóster); e os herpesvírus tipo 1 e tipo 2 que causam o chamado herpes simples (simplex).

O herpes simples é uma infecção viral comum, para a qual 99% da população adulta já adquiriu imunidade na infância e adolescência, tendo infecção subclínica (assintomática) ou um único episódio, obtendo resistência ao vírus por toda vida.

Como acontece a transmissão da herpes?

A transmissão é feita por gotículas de saliva, beijo, objetos contaminados levados à boca, entre outras maneiras. Por esse motivo, é comum que o primeiro contato com esse vírus seja ainda na infância.

Após entrar em contato com o organismo, o vírus percorre a mucosa da boca e se instala em terminações nervosas, especialmente nos gânglios. O vírus fica ali sem causar incômodo, e só ataca quando a imunidade está baixa, e isso acontece quando o indivíduo fica exposto ao sol, estresse, ou quando o organismo está debilitado por gripe e resfriado, por exemplo.

É nesse momento que o herpes simplex sai do gânglio e refaz o percurso até alcançar a epiderme, camada mais superficial da pele, onde deflagra uma ferida. A doença, por sua vez, desaparece à medida que a imunidade se restabelece: seu ciclo costuma durar de cinco a 12 dias.

Contudo, existe uma variação do herpes simplex 1, o tipo 2 que é responsável pelo aparecimento de feridas ou lesões na região da vulva, pênis, ânus, nádegas e virilha. Para evitá-las, a recomendação é usar preservativos durante as relações sexuais, porque as feridas potencializam o risco de outras doenças sexualmente transmissíveis, como Aids.

É importante lembrar que o vírus da herpes também pode ser transmitido da mãe para o bebê durante a gravidez, no momento do parto e após o parto. Saiba quais são as formas de transmissão nesse caso.

Na transmissão vertical pode acontecer de durante a gestação a mãe transmitir o vírus para o bebê. De acordo com diversos estudos, a contaminação pode acontecer tanto intra útero, próximo ao parto, ou no pós parto, sendo que a maioria dos partos acontecem próximo ao parto.

Já a transmissão no momento do parto pode acontecer se a mãe estiver com o vírus ativo. Esse tipo de transmissão acontece com maior facilidade se a mãe for muito jovem, isso porque pessoas muito jovens têm uma menor quantidade de anticorpos capazes de combater o herpes.

Sintomas da herpes

Os sintomas da herpes são:

  • Formigamento na pele;
  • Coceira;
  • Ardor;
  • Dor;
  • Vermelhidão;
  • Bolhas;
  • Feridas;
  • Febre, especialmente no primeiro episódio de infecção;
  • Nódulos linfáticos aumentados no pescoço ou na virilha (geralmente só no momento inicial da infecção).

Fatores de risco

A probabilidade de infecção por HSV-1 na infância é maior dentre aquelas que convivem em piores condições de higiene e saúde, já os adultos adquirem uma certa resistência contra esse tipo de vírus.

Enquanto o HSV-2 é transmitido sexualmente, configurando-se, portanto, como uma doença sexualmente transmissível (DST). Neste caso, os adultos são mais propensos a adquiri-lo do que as crianças.

Nos dois casos, entrar em contato com uma pessoa infectada aumenta o risco de contágio. Além disso, existem outros fatores que podem aumentar a chance de contágio, como traumatismo, estresse, exposição prolongada ao sol e menstruação favorecem o aparecimento de recidivas.

Diagnóstico de herpes

O diagnóstico da herpes deve ser feito por um médico, que muitas vezes consegue fazer o diagnóstico por meio da observação clínica, dando especial atenção às feridas. No entanto, certos testes podem ser solicitados para confirmar o diagnóstico, como:

  • Exames de sangue para anticorpos de HSV (sorologia);
  • Teste de anticorpo fluorescente direto das células extraídas de uma lesão;
  • Cultura viral de lesão.

Tratamento de herpes

Não existe cura para herpes, mas a doença é autolimitada, isso significa que ela desaparece à medida que o sistema imune do indivíduo se recupera.

De qualquer forma, durante as crises infecciosas, o objetivo principal é diminuir o desconforto na área afetada. Dessa forma, aplicar gelo sobre as lesões ajuda porque a temperatura fria alivia a dor e auxilia na recuperação.

Para reduzir a concentração, a frequência de lesões e a intensidade das manifestações futuras, o médico às vezes receita remédios antivirais. Dessa forma, o ideal é iniciar o uso da pomada no primeiro sintoma de aparecimento da ferida, de preferência na fase de formigamento e coceira. Isso faz com que a crise e a chance de disseminação da doença sejam diminuídas.

Contudo, é necessário que antes e após passar a pomada, as mãos sejam bem higienizadas para evitar a propagação do vírus para outras partes do rosto, como nariz e olhos.

Quanto a furar as bolhas, não o faça, isso só ajuda a intensificar a dor, espalhar o herpes e retardar a cicatrização.

Além de tudo isso, existem estudos recentes que apontam um novo tratamento capaz de impedir a recorrência de ataques do herpes simplex.

O medicamento em forma de cápsulas tem como princípio ativo o cloridrato de lisina, um aminoácido naturalmente obtido com a ingestão de alimentos como leite, carnes, feijão, legumes e frutas. No entanto, o remédio aumenta em 20 vezes a concentração dessa molécula no corpo e impede a multiplicação do vírus dentro das células.

Prevenção de herpes

O vírus pode ser espalhado mesmo por pessoas que não apresentam sintomas de um surto ativo, por isso, evitar o contato direto com uma lesão aberta reduz o risco de infecção.

Já as pessoas com herpes simples na região genital devem evitar contato sexual enquanto houver lesões ativas. A prática de sexo seguro, isto é, com camisinha, também pode reduzir o risco de infecção.

As pessoas com lesões de herpes ativas devem evitar contato com recém-nascidos, crianças com eczema ou pessoas com sistema imunológico suprimido, pois eles compõe grupos de risco para doenças mais graves.

Em casos de gestantes que possuem uma infecção ativa de herpes no momento do parto, é recomendado que seja feito a cesariana para minimizar o risco de infectar o recém-nascido.

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