Ideologias do Século XIX
As Ideologias do Século XIX se originou dos pensamentos dos filósofos iluministas John Locke, Montesquieu e Adam Smith.
Com o fortalecimento da indústria durante o século XIX, surge uma nova classe social: o operariado industrial ou proletariado. A expansão industrial atraiu milhares de trabalhadores do campo para as cidades em busca de emprego e uma vida melhor. Porém esse êxodo para os grandes centros urbanos provocou uma série de transformações sociais. Além do inchaço das cidades que não estavam estruturalmente preparadas para receber esse grande número de novos moradores, as péssimas condições de vida e de trabalho dos operários influenciaria o surgimento de associações, sindicatos e partidos políticos dispostos a lutar por seus direitos.
A rápida expansão industrial gerava a necessidade de um grande número de trabalhadores, no entanto a desqualificação desses operários fazia com que eles recebessem péssimos salários e ficassem presos ao ritmo exaustivo imposto pelos patrões. Nesse ambiente de tensão desenvolveram-se três importantes correntes de pensamento: o Liberalismo, o Socialismo e o Anarquismo.
Liberalismo
Essa ideologia se originou dos pensamentos dos filósofos iluministas John Locke, Montesquieu e Adam Smith. O liberalismo político defendia a divisão dos poderes, o direito à vida, a manutenção da propriedade privada e à liberdade de expressão. O liberalismo econômico se opunha a intervenção do Estado na economia, defendia o livre comércio e estimulava à livre concorrência. Para os defensores dessa ideologia, o Estado não deveria interferir nas relações entre patrões e empregados.
Socialismo
Os socialistas defendiam uma rígida mudança nas relações sociais a fim de acabar com as desigualdades promovidas pela luta de classes. Ao contrário dos liberais, os defensores dessa ideologia visavam acabar com a pobreza e a exploração da mão de obra do proletário. Essa corrente se divide em Socialismo Utópico e Socialismo Científico.
Socialismo Utópico
Os criadores dessa ideologia foram os pensadores Charles Fourrier e Robert Owen. Foram chamados de socialistas utópicos por acreditarem ser possível a instalação do socialismo através de vias pacíficas. Para eles as desigualdades sociais poderiam ser superadas se existisse uma cooperação entre burguesia e proletário. Os dois criticavam duramente o individualismo burguês, para eles a sociedade ideal seria aquela formada por comunidades onde cada indivíduo trabalharia naquilo que lhe da mais prazer, a renda gerada pelo seu trabalho deveria ser distribuída conforme a necessidade de cada um. Essa relação de trabalho era chamada de falanstérios, e segundo os seus idealizadores o sucesso do empreendimento estaria na sua multiplicação por todas as regiões do país até que ele se tornasse totalmente socialista.
Defendiam a concorrência e defendiam a cooperação como meio para atingir a igualdade social. Pregavam melhores condições de trabalho nas fábricas e pagamentos de melhores salários.
Socialismo Científico
Karl Marx e Friederich Engels, filósofos alemães foram os defensores dessa ideologia conhecida como socialismo científico. Para eles a superação dos conflitos de classe só poderia ser superada através de uma intensa investigação sobre a sociedade e seus problemas. Apoiaram-se em estudos de Filosofia, História, Sociologia e Economia, investiam na observação das condições de vida do operariado para buscar soluções para os seus dilemas. Publicaram em 1848, o Manifesto Comunista.
Para os dois filósofos as contradições sociais só poderiam ser superadas através de uma revolução social. Essa revolução deveria ser liderada pelos trabalhadores, concretizada a fase revolucionária, o poder deveria ser assumido por eles dando início a uma ditadura do proletariado, que deveria permanecer até a extinção de todas as desigualdades sociais. Com o fim das diferenças sociais, o socialismo aos poucos daria lugar ao comunismo, em que iria prevalecer uma sociedade sem classes, já que são essas que promovem a exploração.
O livro intitulado de o Capital é uma das obras mais famosas de Marx, nela ele faz duras críticas ao sistema capitalista. Nesta obra ele fala da mais valia, que seria a riqueza produzida pelo operário e apropriada pelo patrão.
Anarquismo
Semelhante aos socialistas, os anarquistas condenavam a existência de classes sociais, a exploração do trabalho do operário e a concentração de riquezas nas mãos de uma minoria. Defendiam que em uma sociedade mais igualitária, os cidadãos poderiam viver felizes e desenvolverem suas potencialidades.
Ao contrário dos socialistas que propunham a existência de um Estado comandado pelos trabalhadores, os anarquistas defendiam a destruição total do Estado. Eram contrários a qualquer tipo de governo, originalmente a palavra anarquia significava ausência de poder. Os ideais anarquistas foram intensamente difundidos pela Europa, principalmente nos períodos de crise. Essa ideologia chegou ao Brasil juntamente com os imigrantes europeus no final do século XIX. Influenciou diretamente a formação dos movimentos operários no país nos primeiros anos do século XX.
Lorena Castro Alves
Graduada em História e Pedagogia
O comunismo é irmão do anarquismo, ambos defendem o fim do Estado e o fim do capitalismo.
Não é bem assim, no socialismo marxista (comunismo) o estado é muito presente é não existe nada privado, o estado é quem manda. Já no anarquismo não existe estado, ou seja todos são livres. Essa é uma das diferenças. Podemos pegar como exemplo a Coreia do Norte ou a Urss.