Imperialismo e Neocolonialismo – Resumo, diferença, conceitos e fatos históricos
Entenda o que é o imperialismo e neocolonialismo, as principais características, o contexto histórico e as principais potências mundiais.
O colonialismo é o nome dado à política estabelecida nos séculos XV e XVI, em decorrência das grandes navegações. Nesse período, países europeus, então denominados metrópoles, atravessaram oceanos em suas esquadras e chegaram aos continentes americano, africano e asiático, firmando as chamadas colônias.
Nelas, exerceram exploração política e econômica, impondo sua autoridade inclusive cultural. As principais metrópoles européias foram Inglaterra, França, Holanda, Portugal e Espanha. Anos mais tarde, esse modelo econômico ganhou nova roupagem com o advento das transformações oriundas da industrialização.
Agora sob o título de imperialismo e, mais tarde, neocolonialismo, Inglaterra, Estados Unidos, China e outras potências mundiais exercem seu poder militar, econômico, político e cultural sobre países de menor desenvolvimento. Mudam os nomes, permanecem as práticas, cujos conceitos conheceremos melhor a partir de agora.
O que é Imperialismo ou Neocolonialismo?
O Imperialismo pode ser conceituado pelo conjunto de intervenções políticas, econômicas e culturais por países europeus, Japão e Estados Unidos sobre países da África, Ásia e Oceania. A exploração garantia territórios estratégicos que forneciam recursos naturais, matéria-prima, mão de obra e consumidores.
O Imperialismo é a fase na qual o capitalismo adquire nuances tecnológicas graças à industrialização. Ávidas por maior lucro, as potências industriais europeias expandem seus mercados em busca de matéria-prima barata e mercado consumidor. A partir daí, o capitalismo torna-se mais abrangente e se destaca a atuação dos bancos e multinacionais.
Existem dois pontos primordiais na caracterização do Imperialismo – o capitalismo oligopolista e o capitalismo monopolista. Vemos aqui a ação das empresas que exercem a concentração econômica, ou seja, detém a maior parte do mercado. Quanto aos bancos, esses agem no fornecimento de empréstimos e endividamento dos financiados.
O Neocolonialismo surge como um desdobramento deste contexto e, desse modo, configura uma parte do conceito mais amplo do Imperialismo. A prática aparece como um desdobramento do capitalismo moderno, quando as potências europeias saem em busca de mercado consumidor e matérias-primas, além de investimento na Ásia, África e Oceania.
E quando tudo isso começou? O Imperialismo e, como consequência, o Neocolonialismo, armaram-se de forma mais agressiva a partir da Segunda Revolução Industrial, entre 1850 e 1945. Nessa fase, a humanidade conheceu grandes invenções, como o telégrafo, telefone, automóvel, siderurgia, barcos movidos a hélice e motores elétricos de combustão.
A maior parte das potências na época estavam concentradas na Europa, representadas por Inglaterra, Alemanha, França, Itália e Bélgica. Na América, despontava a influência econômica dos Estados Unidos, dotados de um intenso desenvolvimento industrial. O interesse era formar seus impérios econômicos sobre o maior mercado possível.
Se no colonialismo antigo, o pretexto era propagar o Cristianismo, no Neocolonialismo o intuito era o reconhecimento industrial internacional. Por isso, os países acima citados rumaram à Ásia, África e Oceania, chegando ao ponto de dividir seus territórios entre si, desconsiderando os limites originalmente estabelecidos pelos nativos.
O fato é que a industrialização acirrou a concorrência entre os países. Outra concorrência foi a necessidade de crédito e sustentação financeira, integrando o capital e suas instituições (bolsa de valores e bancos) às indústrias. O objetivo era estruturar a economia mundial que adquiria caráter cada vez mais complexo.
É importante mencionar que o processo imperialista não se deu de forma pacífica. As próprias nações envolvidas tinham intenções conflitantes, tendo como resultado confrontos de ordem política, econômica e militar. Nas regiões conquistadas, tribos e vilas inteiras foram devastadas ou fundidas, desrespeitando suas raízes históricas.
O Imperialismo chegou ao fim, da maneira como se sustentou por décadas, no início do século XX. Nesse momento, as tensões nacionalistas geradas pelo protecionismo e competições ganharam nuances mais destacáveis. Um dos principais exemplos é a eclosão da Primeira Guerra Mundial.
Imperialismo na África e Ásia
A neocolonização africana foi fortalecida entre novembro de 1884 e fevereiro de 1885, após o Congresso de Berlim. O encontro reuniu países europeus imperialistas no intuito de regulamentar a exploração no continente. Os territórios foram repartido, desconsiderando limites culturais e diferenças étnicas entre os povos.
Na Ásia, o ápice do imperialismo com caráter neocolonial deu-se após a Guerra do Ópio, um conflito entre ingleses e chineses entre 1840 e 1842. As tropas chinesas foram derrotadas pelas britânicas, obrigando-as a abrir seus limites e portos para a entrada e exploração econômica do Reino Unido.
A dominação inglesa sobre a China só chegou ao fim em 1949, ano da revolução comunista no país asiático.
O que foi o Tratado de Nanquim
O Tratado de Nanquim foi o acordo assinado entre China e Reino Unido após a Guerra do Ópio. As cláusulas favoreciam integralmente a exploração comercial inglesa. O tratado foi assinado em 29 de agosto de 1842 e, entre suas cláusulas, duas tinham potencial destaque, sendo elas:
- Artigo 2º – Determinava a abertura de cinco cidades chinesas – Cantão, Fuzhou, Xiamen, Ningbo e Xangai – para a moradia de súditos britânicos, além da abertura de tratados nessas mesmas cartas.
- Artigo 3º – A possessão de Hong Kong por tempo indeterminado pela rainha Vitória e seus sucessores.
O Neocolonialismo norte-americano
Os Estados Unidos, já por volta do século XIX, colonizava países latino-americanos e identificou a importância exercida por Cuba. A fim de bloquear essa influência, tropas invadiram a ilha, até então uma colônia espanhola. Mais tarde, já em 1898, o expansionismo da nova potência chegou às Filipinas, mais uma vez expulsando os espanhóis.
Processo de descolonização no século XX
As colônias asiáticas e europeias iniciaram seu processo de independência no século XX, mas ainda persistem dificuldades econômicas e políticas, além dos conflitos étnicos. A divisão territorial imposta pelas nações imperialistas deixou como heranças consequências desastrosas em virtude do desrespeito às diferenças culturais dos povos conquistados.
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