Imperialismo na África

O Imperialismo na África ocorreu ao longo do século XIX, com uma exploração intensa por parte dos europeus, ocorrida inicialmente nas regiões litorâneas e depois no interior do continente. A exploração da África está ligada a suas riquezas naturais.

O Imperialismo na África ocorreu no decorrer do século XIX. Até então, o litoral da África era cercado pela presença europeia. A atividade econômica nessa região se resumia ao tráfico negreiro, um comércio muito lucrativo.

A partir do século XIX a presença europeia se fez marcante em grande parte do continente africano, inclusive em seu interior. Em 1900, cerca de 90% do território da África pertencia aos europeus.

Motivos do Imperialismo na África

As grandes navegações foram responsáveis pela invasão européia no território africano. Portugal e Espanha foram as primeiras nações colonizadoras da África, entre os séculos XV e XVII.

Do século XV ao XIX, os europeus estiveram presentes na parte litorânea do continente, tendo como principal atividade econômica, o tráfico negreiro. Esse negócio lucrativo acontecia no Oceano Atlântico.

Com o desenvolvimento de outras potências europeias, viu-se a necessidade de ampliar a exploração do continente em seu interior. A exploração não se daria mais somente na região litorânea com o tráfico negreiro.

Com isso, a exploração do continente africano era diretamente ligada às riquezas naturais e pelas regiões próximas ao Mar Mediterrâneo, que eram locais privilegiados para o comércio marítimo.

Dessa maneira, os principais motivos para a dominação europeia no continente africano, eram as matérias-primas (para abastecer as indústrias europeias que estavam em crescimento) e os metais preciosos.

As riquezas naturais africanas eram muito cobiçadas pelos europeus, pois valiam muito dinheiro e consequentemente, geravam lucro.

Contudo, é importante destacar que as comunidades africanas resistiram o máximo que puderam à invasão europeia, o que dificultou o processo de dominação e exploração europeia. Porém, não conseguiram impedi-la.

Política e guerra

Foram usadas diversas estratégias de dominação, tais como:

  • Negociações políticas: Os chefes das tribos davam aos europeus a liberdade de explorar a terra, enquanto os africanos recebiam armas em troca;
  • Negociações religiosas: Expansão do cristianismo;
  • Manobras militares: Se aliavam às tribos africanas nos momentos de guerras travadas entre eles. Dessa maneira, garantiam fortes aliados.

Religião e ideologia

O cristianismo reforçou a inferioridade das religiões africanas que adotavam o politeísmo como crença.

O papel dos missionários, nessa questão, foi muito importante pois eles utilizavam do seu poder de convencimento para demonizar as práticas das religiões africanas politeístas.

Dessa forma, eles conquistaram muitas mentes africanas, o que contribuiu para o imperialismo europeu.

O darwinismo social acreditava que os europeus estavam no topo da hierarquia da civilização e evolução humana, e os povos asiáticos e africanos, na base, sendo caracterizados como primitivos.

Essa teoria ajudou a sustentar a ideia de superioridade europeia e legitimou a exploração das riquezas naturais africanas.

Os europeus adotaram o discurso de que os africanos, por serem “bárbaros”, precisavam da sua contribuição para evoluir.

Essa era a justificativa utilizada pelos europeus para explorar ao máximo o continente africano. Tal ação matou milhares de pessoas e dizimou etnias.

Partilha da África

O ponto alto do imperialismo na África se deu com o acordo firmado durante a Conferência de Berlim, ocorrida nos anos de 1884 e 1885.

Tal acordo delimitou as fronteiras do território africano, assim como criou regras para a possessão desses territórios.

A África foi dividida de forma arbitrária, sem respeitar as divisões étnicas tradicionais.

Essa imposição gerou fortes impactos dentro das comunidades que passaram a ser ocupadas por grupos étnicos rivais.

Tal ação justifica o fato de muitos países africanos, ainda hoje, enfrentarem rivalidades étnicas. Muitos países da África vivem ou conviveram com guerras civis por anos.

Esse fato é um dos causadores da extrema pobreza vivida pela população em grande parte o continente.

Pode-se afirmar que a partilha da África foi um dos fatores que contribuíram para a deflagração da Primeira Guerra Mundial, já que algumas potências acharam a divisão do território africano injusta e exigiam a revisão do acordo.

Neocolonialismo na África

O neocolonialismo se caracterizou pela intensa exploração econômica por parte dos europeus em territórios africanos, o que nada mais é que um novo modelo de exploração dos países europeus sobre a África e a Ásia.

A Europa intervém politicamente nessas regiões para atender as demandas de suas indústrias.

O objetivo é transformar os países dominados em grandes mercados consumidores dos produtos europeus. Além disso, mantê-los como principais fornecedores de matérias-primas a baixo custo.

É uma relação entre os estados soberanos e suas ex-colônias:

  • A França estimulou a imigração dos países africanos nos anos de 1970 para alimentar sua mão de obra industrial;
  • Portugal mantém ligações culturais e linguísticas com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP);
  • A Grã-Bretanha reuniu parte de suas ex-colônias na Commonwealth (é uma associação que envolve 54 países, que trabalham juntos em prol de objetivos comuns, como democracia e desenvolvimento).

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