Independência do Brasil – 7 de setembro: Resumo do processo, quem proclamou e história

Um dos fatos mais importantes da história do Brasil, a proclamação da Independência marca o início da autonomia política brasileira.

Depois de mais de 300 anos sendo colônia portuguesa, a partir do dia 7 de setembro de 1822 o Brasil declara oficialmente sua autonomia em relação aos portugueses. Neste dia, às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, o príncipe regente D. Pedro proclamou a Independência do Brasil.

Contexto histórico e causas

Inúmeros fatores são responsáveis pelo processo que culminou na proclamação do Brasil, alguns com maior, e outros com menor relevância. A crise do sistema colonial tem início junto com o século XVIII, com ela, vieram também os movimentos que lutavam pela emancipação do país.

Essa luta foi inspirada em dois acontecimentos internacionais, a Independência dos Estados Unidos em 1776 e a Revolução Francesa em 1789. Enquanto as primeira findou as relações coloniais com a Inglaterra, a segunda libertou a França da monarquia absolutista.

Por conta dos interesses comerciais que, naquele momento estavam limitados pelo pacto colonial, a elite rural brasileira tomou frente desse movimento, que via no fim no monopólio português a chance de prosperar economicamente através do comércio com outras nações.

Ainda que alguns anos antes da consolidação da independência, em 1789 a Inconfidência Mineira foi o primeiro movimento que destacou-se na luta pela liberdade colonial. Em 1798, a Conjuração Baiana foi um movimento de caráter popular que tinha o mesmo objetivo.

No século XIX as Tropas Napoleônicas estavam avançando rapidamente na conquista dos países europeus, de modo que a ameaça a Portugal era iminente. Assim, em 1807, por conta das manobras de Napoleão Bonaparte, que desejava que o país aderisse ao fechamento dos portos ao comércios com ingleses, o príncipe regente português, D. João decide partir para o Brasil.

Por conta disso, e por influência do embaixador inglês em Lisboa, a sede do governo lusitano deixa de ser Portugal, e passa a ser o Brasil, que era colônia daquele país. Em 22 de janeiro de 1808 a família real portuguesa chegou às terras brasileiras, e seis dias depois os portos brasileiros foram abertos às nações amigas.

Isso significou o fim do pacto colonial, o que, além de ser um dos primeiros passos para a independência, agradou muito as elites agrárias. Nesse sentido, outro passo importante aconteceu em 1815, quando o Brasil foi elevado ao status de Reino Unido a Portugal e Algarve.

Essa mudança demonstrou que D. João pretendia permanecer aqui, o que não foi visto com bons olhos por Portugal, uma vez que o Brasil deixaria de ser uma mera colônia e passaria a ser o centro da administração portuguesa.

No ano seguinte, em 1816, faleceu D. Maria, e mesmo em terras brasileiras, D. João foi coroado rei de Portugal, sendo aclamado D. João VI. Em 1817, outro movimento importante rumo à independência aconteceu. No Pernambuco eclodiu a Revolução Pernambucana, mais uma luta pela emancipação política.

Em 1820 aconteceu a Revolução Liberal do Porto, que tinha como finalidade a retomada da autonomia portuguesa e da colonização brasileira. Este movimento fez com que D. João voltasse para Portugal, deixando D. Pedro como príncipe regente do Brasil.

Dia do Fico

Entretanto, não passou muito tempo até que uma série de decretos tentaram anular seus poderes políticos, administrativos, militares e judiciais, pressionando-o a retornar a Portugal e encerrando a autonomia do Brasil.

A persistência da Corte para que ele retornasse provocou resistência dos brasileiros e em 9 de janeiro de 1822 ele recebeu uma carta com mais de 8 mil assinaturas pedindo que ele permanecesse aqui.

Contrariando Portugal, e em resposta ao desejo dos Brasileiros, a célebre frase “Como é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto. Diga ao povo que fico” marcou mais um passo rumo à independência, o Dia do Fico.

Entretanto, alguns apoiadores do governo português não ficaram satisfeitos com a permanência de D. Pedro. Eles tentaram, ainda que sem sucesso, embarca-lo rumo as terras lustinas e todo o corpo de ministros se demitiu.

Um novo ministério foi formado, e no mês de maio, qualquer determinação vinda de Portugal só era cumprida com a anuência de D. Pedro. A Bahia foi palco de embates entre as tropas brasileiras e portuguesas e como mais uma forma de pressão, a Corte declarou ilegal o governo do príncipe e ilegítima a Assembleia Constituinte que aqui estava reunida.

Além disso, ele deveria regressar imediatamente ao seu país natal. Essas atitudes, junto com todo o contexto político do país, tornaram inevitável o término dos laços entre metrópole e colônia.

Dia da Independência

No dia 7 de setembro de 1822, D. Pedro recebeu os últimos decretos de Lisboa, que o rebaixaram a um simples governador, submisso a todas as ordem da Corte. Às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, ele cortou os laços entre Brasil e Portugal, afirmando que daquele momento em diante, o lema de todos os brasileiros era “independência ou morte”.

No dia 12 de outubro de 1822 ele foi aclamado o primeiro imperador brasileiro, sob o título de D. Pedro I. Sua coroação aconteceu em 1º de dezembro daquele mesmo ano. Assim, estavam terminadas as relações coloniais entre Portugal e Brasil.

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