Influenciador nigeriano que ostentava na internet ganha 11 anos de prisão

O criminoso respondeu em julgamento por acusações direcionadas a uma fraude multimilionária aplicada em empresas ao redor do mundo.

Condenado a 11 anos de prisão, o influenciador digital nigeriano Ramos Abbas, mais conhecido na internet como Ray Hushpuppi, ostentava seu estilo de vida extravagante e regado a luxo em suas redes sociais. O criminoso respondeu em julgamento por acusações direcionadas a uma fraude multimilionária aplicada em empresas ao redor do mundo.

Ramon Abbas possuía milhões de seguidores em sua conta do Instagram. O nigeriano confessou ser culpado, em abril do ano passado, por crimes de conspiração para lavagem de dinheiro. O resultado de sua sentença saiu nesta última segunda-feira, 7. Além dos anos de detenção, o homem ainda está sendo obrigado a pagar US$ 1,7 milhão em restituições às duas vítimas de fraude, segundo foi ordenado pelo juiz distrital Otis D. Wright II.

HUSHUPPI/ INSTAGRAM

O influenciador já havia sido manchete de jornais, em junho de 2020, por ter sido preso em um dos seus imóveis em Dubai. Antes de sua sentença ser determinada, o homem ficou retido em Los Angeles, e por conta disto, a movimentação de suas redes, que antes eram atualizadas sempre, foi interrompida. Depois do anúncio de sua prisão, sua conta do Instagram ainda ganhou mais de 500 mil seguidores.

Leia mais: Clientes do Mercado Livre denunciam fraudes em contas usando seus CPFs

Ramon Abbas escreveu uma carta enquanto está detido na prisão.

Em setembro, o influenciador escreveu uma carta à mão para o juiz do seu caso, sendo este seu único pronunciamento depois de ter sido preso. Nela, o detento conta como tem sido seus dias na prisão durante os últimos dois anos.

“Desde que fui encarcerado, tive tempo suficiente para refletir sobre o passado e lamento ter deixado a ganância arruinar o bom nome da minha família, minha bênção e meu nome”, escreveu o detento.

Como eram alguns esquemas de Abbas?

Através de esquemas de hackeamento online, Abbas financiava seus luxos e ostentação, segundo os investigadores federais. Com estes esquemas, o criminoso faturou cerca de US$ 24 milhões.

Seus maiores alvos nestes esquemas eram um banco internacional, um clube de futebol britânico não identificado e uma empresa de direito dos Estados Unidos, entre muitas outras pelo mundo. Estas informações foram disponibilizadas em seu memorando de sentença federal, no Distrito Central da Califórnia, pela Procuradoria dos EUA.

INSTAGRAM/HUSHUPP

“Lavagem de dinheiro e fraudes de comprometimento de e-mail comercial são um grande problema de crime internacional, e continuaremos trabalhando com nossas autoridades e parceiros internacionais para identificar e processar os envolvidos, onde quer que estejam”, afirma o advogado dos Estados Unidos, Martin Estrada.

Sua carta ainda possuía revelações de outros esquemas

Além de detalhar alguns dos crimes já citados anteriormente, a carta possui novas declarações sobre outros crimes cometidos pelo nigeriano. Ele afirma que havia conspirações para roubar um empresário do Catar, onde havia mais de US$ 1 milhão em jogo.

“Os réus supostamente falsificaram o financiamento de uma escola do Catar fazendo o papel de funcionários do banco e criando um site falso em um esquema que também subornou um funcionário estrangeiro para manter a pretensão elaborada depois que a vítima foi avisada”, afirmou em um comunicado feito no ano passado Tracy L. Wilkison, o procurador envolvido no caso de Abbas.

Enquanto está preso, Ramon Abbas afirmou em sua carta que está tendo tempo suficiente para refletir sobre os erros que foram cometidos no passado.

“Meritíssimo, não dou desculpas por minhas ações e assumo total responsabilidade pelo que fiz”, escreveu ele. “Se eu pudesse voltar no tempo, tomaria uma decisão totalmente diferente e seria mais cuidadoso nas escolhas e amigos que faço.”

Um de seus cúmplices também confessou ser culpado pelos crimes, em novembro de 2020. Este parceiro também está cumprindo uma pena de reclusão de 11 anos pelos mesmos crimes de Abbas. A única diferença entre as sentenças é que este homem está sendo obrigado a pagar aproximadamente US$ 30 milhões em restituições.

Os crimes cibernéticos cometidos por eles somavam uma enorme quantia em dinheiro.

Sua conta no Instagram e outras redes

Sua rede social serviu apenas para se gabar de sua fortuna e ostentar uma vida luxuosa que mantinha com o dinheiro roubado. Em sua conta no Snapchat, Abbas era conhecido como “Mestre Bilionário da Gucci”, antes de ter sido preso.

“Comecei meu dia comendo sushi no Nobu em Monte Carlo, Mônaco, depois decidi reservar um helicóptero para fazer … tratamentos faciais no spa Christian Dior em Paris e terminei meu dia tomando champanhe na Gucci”, legendou Abbas em uma foto postada em 2020 no seu Instagram.

As autoridades federais confirmaram que as contas de Abbas nas redes sociais foram fundamentais para ter certeza de sua identidade, além de terem fornecido detalhes importantes sobre seus esquemas.

“Obrigado, Senhor, pelas muitas bênçãos em minha vida. Continue envergonhando aqueles que esperam que eu seja envergonhado” escreveu Abbas em uma legenda no Instagram, duas semanas antes de ser preso em Dubai.

Hoje em dia, a conta do criminoso não está mais disponível nas redes.

você pode gostar também

Comentários estão fechados.