Início da vida: meteorito revela segredos da formação do Sistema Solar; saiba mais

Considerada mais antiga que a própria Terra, a rocha espacial aterrissou no continente africano em 2022 e está ajudando cientistas a entender melhor o processo de formação do Sistema Solar.

Em 2020, o meteorito Erg Chech 002 aterrissou na Terra e foi descoberto no Deserto do Saara, na Argélia. Agora, ele está fornecendo informações valiosas sobre a composição da nebulosa que deu origem ao nosso Sistema Solar.

A análise meticulosa do corpo celeste revelou a presença de isótopos de material radioativo provenientes de estrelas que explodiram nas proximidades do nosso Sol.

Tal descoberta intrigante sugere que os meteoritos possam atuar como cápsulas do tempo cósmicas, preservando a história ancestral do nosso Sistema Solar.

O que sabemos sobre a formação do sistema solar

A constituição do Sistema Solar foi um processo complexo que começou com uma vasta nuvem de gás e poeira. Apesar de termos um amplo conhecimento sobre o evento, ainda há espaço para novas descobertas.

A parte mais densa dessa nebulosa eventualmente entrou em colapso, originando nossa estrela, o Sol, que, por sua vez, começou a atrair e consumir a matéria circundante. Os resíduos remanescentes deram origem aos planetas que conhecemos hoje.

Embora a composição da nebulosa original tenha sido fundamental na estruturação de nosso sistema, a passagem de mais de 4 bilhões de anos e inúmeros processos químicos alteraram muito os objetos nele contidos.

No entanto, meteoritos e asteroides, por permanecerem relativamente inalterados ao longo do tempo, são tesouros científicos capazes de proporcionar pistas valiosas sobre as condições iniciais do nosso Sistema Solar.

Como o meteorito mudou essa visão

O meteorito Erg Chech 002, datado como mais antigo que a própria Terra, possui uma composição ígnea que indica sua provável origem em um planeta que, em algum momento distante, foi destruído.

Além disso, a análise revelou a presença de magnésio-26, um subproduto do isótopo radioativo de alumínio-26, que se forma durante as explosões de supernovas.

Embora o alumínio-26 tenha uma meia-vida extremamente curta, de apenas 717 mil anos, os cientistas puderam determinar a idade do meteorito ao analisar as proporções dos produtos de decaimento radioativo.

(Imagem: Yuri Amelin/Reprodução)

Para a surpresa de todos, o Erg Chech 002 apresenta uma idade estimada de 4,566 bilhões de anos, consistente com análises anteriores.

Comparando-o com outros meteoritos bem-preservados e com composições rochosas semelhantes, os pesquisadores notaram que o Erg Chech 002 continha uma quantidade significativamente maior de alumínio-26 que os demais.

Isso sugere que esse isótopo radioativo provavelmente não estava distribuído de maneira uniforme na nebulosa original e pode ter chegado mais tarde ao Sistema Solar, junto de outros materiais originados em diferentes estrelas.

Com isso, temos uma nova visão de como o nosso Sistema Solar foi criado, o que ajuda a entender a origem da vida como conhecemos hoje!

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