Já era! Transferências via TEC e DOC deixam de existir nesta quinta-feira (29)

O pivô das ‘mortes’ desses serviços foi o Pix, que tornou a transferência entre contas bem mais prática.

Após quarenta anos de existência, chegou ao fim, nesta quinta-feira (29), o ciclo dos modelos de transações bancárias conhecidos como Documento de Ordem de Crédito (DOC) e Transferência Especial de Crédito (TEC).

O processo de interrupção desses serviços, destinados tanto a pessoas físicas quanto jurídicas para a transferência entre diferentes instituições financeiras, foi concluído.

Em 15 de janeiro, as instituições financeiras haviam encerrado as emissões e agendamentos em ambas as modalidades. No entanto, as transferências programadas até 29 de fevereiro ainda estavam em execução.

O uso frequente do DOC era notável para transferências entre contas em instituições bancárias distintas, enquanto a TEC era adotada por empresas para efetuar pagamentos de benefícios a seus colaboradores.

Os motivos da descontinuação

Nos últimos anos, o DOC, a TEC e outros métodos semelhantes, porém mais antiquados, perderam espaço para o Pix, sistema de transferência instantânea do Banco Central, isento de custos para pessoas físicas.

Das modalidades hoje extintas, o “concorrente” do Pix era o DOC, que surgiu em 1985. Este possibilitava a transferência de recursos até as 22h, com a transação sendo concluída no próximo dia útil após a ordem. Se a transação ocorresse após esse horário, a conclusão somente se daria em dois dias úteis.

Em contraste, o Pix é instantâneo e pode ser realizado a qualquer momento, inclusive em feriados e fins de semana. Ele foi criado em 2020 pelo Banco Central como uma resposta à necessidade de agilidade nas transações bancárias durante a pandemia de Covid-19.

Dados que sustentam a mudança

De acordo com um levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), com base em dados do Banco Central, as operações via DOC totalizaram 18,3 milhões no primeiro semestre de 2023, representando apenas 0,05% do total de 37 bilhões de transações realizadas no mesmo período.

Em termos de volume de transações, o DOC ficou significativamente atrás dos cheques (125 milhões), das TEDs (448 milhões), dos boletos (2,09 bilhões), dos cartões de débito (8,4 bilhões), dos cartões de crédito (8,4 bilhões) e, é claro, do Pix, que é a modalidade preferida dos brasileiros, com 17,6 bilhões de operações.

A Transferência Eletrônica Disponível (TED), utilizada principalmente para valores expressivos, continuará ativa. Criado em 2002, o TED permite a transferência de dinheiro entre instituições diferentes até as 17h dos dias úteis, levando até meia-hora para ser concluída.

Antes da criação do Pix, a TED era uma das formas mais comuns de transferência bancária no país. Embora tenha funcionamento semelhante à nova tecnologia, difere nos prazos e na ausência de instantaneidade.

Especialistas afirmam que a TED pode ser a próxima a ser descontinuada, uma vez que poucas pessoas a preferem em comparação com o uso do Pix.

* Com informações da EBC – Agência Brasil

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