Japoneses acreditam que tipo sanguíneo define personalidade. Questão é científica?
Conceito é conhecido por lá como ketsueki-gata. Saiba mais!
Você já ouviu falar que o seu tipo sanguíneo pode revelar segredos sobre sua personalidade? No Japão, essa crença, conhecida como ketsueki-gata, é tão arraigada que influencia até a escolha de parceiros amorosos.
A ideia de que o tipo sanguíneo — A, B, AB ou O — possa determinar traços como timidez, sociabilidade ou impulsividade é bastante tentadora. Afinal, todos nós adoramos uma boa generalização, não é mesmo?
No entanto, antes de aceitarmos essa ideia como verdade absoluta, é importante questionar: o que a ciência tem a dizer sobre isso?
Primeiro, vamos à origem desse conceito popular
A teoria do ketsueki-gata surgiu no Japão na década de 1920 e rapidamente se popularizou. O conceito foi “vendido” através da tese de um professor chamado Tokeji Furukawa.
Basicamente, o ketsueki-gata sugere que cada tipo sanguíneo está associado a um conjunto específico de características de personalidade, como:
-
Tipo A: criatividade, teimosia, entre outros;
-
Tipo B: empatia, egoísmo, entre outros;
-
Tipo AB: racionalidade, adaptabilidade, entre outros;
-
Tipo O: egocentrismo, insegurança, entre outros.
A teoria de Furukawa também inclui alguns “manuais” de como agir em diversos pontos-chave da vida com base no seu tipo sanguíneo. Funciona mais ou menos como o horóscopo aqui, no Ocidente.
Apesar de ser uma crença popular, essa teoria, assim como a crença em signos, não tem base científica sólida, é apenas um conceito que se popularizou, nada mais.
Diversos estudos já foram realizados para investigar a relação entre o tipo sanguíneo e a personalidade, mas nenhum deles encontrou evidências conclusivas que corroborem essa afirmação.
Ketsueki-Gata é o conceito japonês de signo – Imagem: reprodução
Por que essa crença ainda persiste?
É natural que as pessoas busquem explicações para seus comportamentos e características, e o ketsueki-gata oferece uma forma fácil e simplista de entender a si e os outros. Além disso, ela se encaixa em nossa tendência de categorizar e rotular as pessoas.
Uma das razões pelas quais as pessoas tendem a acreditar em afirmações sobre personalidade baseadas no tipo sanguíneo é o chamado “efeito Barnum”. Isso ocorre quando as pessoas interpretam descrições vagas e generalizadas como se fossem específicas para elas.
Ou seja, mesmo que uma descrição seja aplicável a praticamente qualquer pessoa, tendemos a acreditar que ela foi escrita especialmente para nós, e isso acaba se tornando uma verdade a ser seguida.
Dito isso, é importante lembrar que a personalidade é um construto complexo influenciado por uma variedade de fatores, incluindo genética, ambiente e experiências de vida.
Portanto, antes de tomar decisões importantes com base no seu tipo sanguíneo, é fundamental refletir e olhar o todo em volta. Afinal, somos definidos por muito mais do que apenas um tipo sanguíneo.
Comentários estão fechados.