Mais de 50% dos pais buscam limitar o tempo no telefone
Dispositivos digitais criam barreiras na relação pais-filhos.
A era digital trouxe inúmeras facilidades, mas também desafios, especialmente no que diz respeito à parentalidade. Um fenômeno crescente é a “tecnoferência” – a interferência de dispositivos eletrônicos nas relações interpessoais. Este problema é cada vez mais evidente nas famílias, onde pais se encontram absorvidos por seus telefones, muitas vezes ignorando as necessidades de seus filhos.
Um exemplo notável de tecnoferência acontece durante os jantares em família, onde as crianças buscam interagir com os pais, mas estes estão concentrados em seus smartphones. De modo semelhante, adolescentes enfrentando desafios pessoais podem se deparar com a falta de atenção dos pais, que estão absortos em seus dispositivos, privando-os do suporte emocional essencial nesses momentos.
Entre todas as nações globais, o Brasil é o segundo país onde as pessoas passam mais tempo usando o celular, ficando atrás apenas da África do Sul. Conforme uma pesquisa realizada pelo site de tecnologia ElectronicsHub, os brasileiros dedicam em média 9 horas e 32 minutos diários ao uso do celular, superando a média global de 6 horas e 37 minutos.
Seja por notícias ou interações em mídias sociais, essa distração digital impede uma resposta pronta e adequada às solicitações das crianças. Da mesma forma, adolescentes passando por dificuldades encontram pais distraídos, privando-os de apoio emocional necessário.
Pais buscam equilíbrio digital
Os pais reconhecem a necessidade de mudança. Uma pesquisa da Michigan Medicine (2023) mostra que mais da metade deseja reduzir o tempo gasto em telefones. Isso não apenas beneficiaria a relação com os filhos, mas também a saúde física e mental dos próprios pais.
Algumas estratégias eficazes para diminuir o tempo de tela incluem passar mais tempo na natureza, alterar as configurações do telefone para tons de cinza, agrupar notificações e estabelecer zonas livres de tecnologia. Essas medidas podem ajudar os pais a estarem mais presentes, tanto física quanto emocionalmente, melhorando a qualidade da relação familiar e o bem-estar pessoal.
Em suma, a pesquisa destaca a importância de uma presença parental atenta e genuína, incentivando os pais a reconsiderarem o uso dos dispositivos móveis e a investirem mais no tempo de qualidade com os filhos.
Reduzir o uso do telefone não só melhora a dinâmica familiar, como também contribui para o bem-estar individual dos pais.
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