Com acréscimo de 38 vagas à previsão inicial, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) anunciou, nesta quarta-feira (19) que serão abertas 814 vagas para o próximo concurso público da pasta, das quais, 196 se destinam ao cargo de analista em Ciência e Tecnologia nas unidades de pesquisa.
Na oportunidade, a ministra Luciana Santos revelou que serão utilizados R$ 50 milhões para a recuperação da infraestrutura e recomposição orçamentária das 17 instituições de pesquisa vinculadas ao ministério.
“Esse conjunto de medidas reflete o nosso compromisso e o nosso reconhecimento do papel fundamental que nossos institutos desempenham no desenvolvimento científico e tecnológico”, afirmou a ministra.
Do montante anunciado, R$ 41,9 milhões serão investidos em ações de melhoria da infraestrutura das unidades de pesquisa, o que inclui a preservação de acervos e a modernização de laboratórios. Mais R$ 9,4 milhões servirão à recomposição orçamentária das entidades vinculadas.
Expedição pela biodiversidade – Um exemplo prático é a expedição científica oficial do país ao Ártico, em curso e que se encerra nessa sexta-feira (21), com o objetivo de conhecer em mais profundidade o continente gelado, além de aferir sua importância ecológica, ante as mudanças climáticas globais.
Reunida no arquipélago Svalbard, pertencente à Noruega, a equipe de pesquisadores é formada por dois professores do Instituto de Ciências Biológicas (IB) da Universidade de Brasília (UnB), Paulo Câmara – um dos coordenadores da expedição – e a pesquisadora Micheline Carvalho Silva, além do grupo os professores do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas (UFMG) Luiz Henrique Rosa (também na coordenação) e Vivian Nicolau, além do docente da Pontifícia Universidade Católica de Brasília (UCB) Marcelo Ramada.
Liderada pela Unb, em parceria com a UFMG, a expedição integra o Programa Antártico Brasileiro (Proantar), sob financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e por instituições envolvidas.
Sobre o direito do país ao território ártico, o professor Paulo Câmara explica que 7% do Brasil está mais perto do Ártico do que da Antártica. Nós já temos uma presença da Antártica há mais de 40 anos, enquanto que no Ártico não temos presença. São dois grandes reguladores climáticos. O Brasil tem a participação na Antártica, na Amazônia desde sempre, mas não tínhamos nenhuma participação no Ártico”.
A previsão é de que, durante a missão, os pesquisadores coletem plantas, fungos, micro-organismos, sedimentos e outras amostras biológicas, a fim de obter dados sobre a região e traçar um comparativo entre espécies existentes nos dois polos – Ártico e Antártida – que não apresentam áreas intermediárias do planeta. Entre essas espécies, destaque para as briófitas, plantas de pequeno porte com fácil dispersão nos ambientes polares.
Rico em recursos naturais, como petróleo e gás natural, o Ártico é considerado estratégico para a investigação de impactos climáticos, ambientais e econômicos em nível mundial. Nesse sentido, o extremo norte da região vem apresentando, nas últimas quatro décadas, um processo de derretimento avançado de suas geleiras.
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