MEC indica que só um estado brasileiro alcança a alfabetização ao fim do 2° ano do Ensino Fundamental
Pesquisa estabeleceu parâmetros para classificar a alfabetização no Brasil. Especialista considera a situação do país como "calamidade pública".
O Ministério da Educação (MEC) realizou a pesquisa “Alfabetiza Brasil”, que trouxe resultados preocupantes sobre o nível de alfabetização no país. De acordo com os parâmetros estabelecidos pelo governo em maio, apenas o estado de Santa Catarina atingiu o nível mínimo de alfabetização no 2º ano do ensino fundamental. Entre as 27 unidades federativas, somente Santa Catarina alcançou esse patamar.
Os critérios para a determinação de uma criança como alfabetizada foram estabelecidos pelo estudo, que se baseou em consultas feitas a educadores da educação básica de todo o Brasil.
Esses critérios incluem a capacidade de ler pequenos textos, localizar informações no texto, fazer inferências básicas a partir da combinação de texto verbal e não verbal (como em tirinhas e histórias em quadrinhos) e escrever textos simples para comunicação cotidiana, como convites e lembretes, mesmo que com erros ortográficos.
Uma pesquisa adicional revelou que 56,4% das crianças concluíram o 2º ano do ensino fundamental em 2021 sem estarem devidamente alfabetizadas. Esse número é maior do que no ano anterior, quando 39,7% dos estudantes terminaram o período sem as habilidades básicas de leitura e escrita.
Em resposta a essa situação, o governo lançou o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, com o objetivo de garantir que todas as crianças estejam plenamente alfabetizadas até o final do 2º ano do ensino fundamental.
Durante o evento no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfatizou a importância de acabar com o descaso e focar o bem-estar das crianças.
Segundo o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), Santa Catarina lidera o ranking com a mais alta pontuação para o 2º ano do ensino fundamental, alcançando 751,74 pontos. O Distrito Federal e São Paulo se classificaram respectivamente em segundo e terceiro lugares, com 738,09 e 735,72 pontos. O Ceará, estado de origem do Ministro da Educação, ficou em quarto lugar com 734,04 pontos. Já os estados com os piores desempenhos foram Tocantins, Acre e Amapá.
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