MEC prioriza formação presencial de professores

Grupo de trabalho formado pela pasta vai estudar mudanças em licenciaturas à distância

Sinalização federal que questiona a eficiência do Ensino à Distância (EaD), o ministro da Educação, Camilo Santana, defendeu, abertamente, nesta quinta-feira (28), a necessidade de o país voltar a garantir a formação de professores por meio de cursos presenciais, ao participar da abertura do 25º Fnesp (Fórum Nacional de Ensino Superior Privado), em São Paulo.

A declaração de Santana é uma reação a uma das conclusões do Censo do Ensino Superior de 2021,  segundo o qual, em cada dez professores formados no país, seis haviam se graduado à distância. Para reverter tal quadro, o ministro adiantou que Ministério da Educação (MEC) formou um grupo de trabalho, integrado por especialistas de universidades públicas e privadas, com a missão de avaliar mudanças nos cursos de licenciatura.

“Precisamos garantir que os cursos de licenciatura sejam de forma presencial. Podemos usar o ensino a distância, mas de forma complementar e para aperfeiçoar. O professor não pode ser formado sem experiência prática, sem ter experiência de sala de aula”, enfatizou o ministro, sem, no entanto, indicar quais seriam as mudanças que serão promovidas pela pasta, a fim de elevar o número de alunos em licenciaturas presenciais.

Enquanto as restrições ao EaD, defendidas pelo MEC, não são melhor esclarecidas,  a iniciativa deve enfrentar forte resistência por parte dos donos de faculdades particulares, uma vez que a modalidade à distância representa uma ‘aposta’ do setor privado de ensino superior, tendo em vista ampliar o número de matrículas por essa modalidade.

Além da revisão das regras de funcionamento dos cursos de licenciatura à distância, o ministro entende que é preciso melhorar a qualidade das licenciaturas presenciais tanto na rede privada como nas públicas. “Todos os programas que lançamos para melhorar a qualidade da educação básica [o pacto nacional de alfabetização e o de ampliação de escolas em tempo integral] dependem da formação de qualidade dos professores. Garantir uma educação de qualidade para as nossas crianças depende da qualidade do professor que está em sala de aula”.

Por fim, Santana citou dados do último Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) em que as graduações de formação de professores tiveram nota abaixo de 5, em uma escala de 0 a 10. “Não podemos aceitar que os nossos cursos de licenciatura tenham média tão baixa. Alguma coisa está errada e é esse professor que vai parar nas escolas”, completou.

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