Medida do governo pode fazer as geladeiras ficarem mais caras no Brasil; entenda!

Essa é a previsão dos fabricantes depois que o governo federal anunciou uma mudança nas regras de produção e comercialização do eletrodoméstico.

O Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou, no último dia 8 de dezembro, seu novo quadro normativo no que diz respeito à meta de consumo de refrigeradores e congeladores.

Chamado de Programa de Metas para Refrigeradores e Congeladores, o documento estabelece alguns parâmetros que alegadamente provocarão uma diminuição no consumo de energia das famílias.

De acordo com a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, os novos índices mínimos de consumo estabelecidos para as geladeiras irão trazer produtos mais eficientes, modernos e econômicos ao mercado nacional.

Por outro lado, a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) alarmou para um efeito adverso da medida: o aumento exponencial dos preços dos refrigeradores no Brasil.

“Com essa determinação do Ministério de Minas e Energia, é previsto um possível aumento abrupto nos preços dos refrigeradores, especialmente os considerados de entrada, adquiridos principalmente pela população de renda mais baixa”, disse a associação em comunicado.

Para se ter uma ideia, ainda de acordo com a Eletros, o preço médio desses produtos pode pular dos atuais R$ 2 mil para entre R$ 5 mil e R$ 7 mil, o que representa um aumento de até 250%.

(Imagem: divulgação)

Mais detalhes da polêmica nova regra

Conforme anunciado pelo governo, as novas regras de fabricação e comercialização de refrigeradores será implementada por etapas, com a primeira iniciando já no dia 31 de dezembro de 2023. A segunda etapa começa no final de 2025, e assim sucessivamente.

Dentro dos prazos estabelecidos, as fabricantes e importadoras de produtos como refrigerador, frigobar, refrigerador frost-free, combinado, combinado frost-free, side-by-side, congelador vertical, congelador vertical frost-free, congelador horizontal e outros devem se adequar às metas estabelecidas.

Se tudo sair como o governo federal deseja, a partir de 2028 só continuarão sendo comercializadas no país geladeiras pelo menos 17% mais eficientes energeticamente falando do que as vendidas agora.

Para tentar justificar a decisão, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que essas medidas são vistas como esforços em prol do meio-ambiente.

“Esta resolução traz um grande avanço nos esforços do país para a transição energética. Estamos nos alinhando às melhores práticas internacionais em termos de eficiência energética”, disse ele.

A Eletros discorda

Em oposição à proposição do governo, a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos afirma que a medida é desnecessária, uma vez que os refrigeradores produzidos e comercializados no Brasil já são eficientes e modernos.

Adicionalmente, a Eletros ressaltou que a medida vai elevar o preço dos refrigeradores e alertou para uma provável retração no consumo desse tipo de produto.

“No entanto, quando há uma mudança nas regras impondo prazos curtos para atingir metas excessivamente rigorosas, isso resulta em aumento nos custos de produção com ajustes nos projetos dos produtos e aquisição de insumos mais sofisticados, tornando a geladeira mais cara e impactando imediatamente o bolso do consumidor. A retração no consumo e na economia do setor será notável com essa medida do Ministério de Minas e Energia”, destacou a associação.

Por fim, representantes da Eletros disseram que vão procurar o governo federal para tentar conseguir uma revisão ou anulação da medida.

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