Meio a meio: pássaro com condição rara possui dois gêneros

Sendo fêmea e macho ao mesmo tempo, o pássaro apresenta condições raras para a ciência e desperta a curiosidade de muitos.

O dimorfismo sexual é uma ocorrência comum em várias espécies animais, onde há diferenças físicas distintas entre machos e fêmeas da mesma espécie.

Essas características, como cores, tamanho ou estruturas físicas, frequentemente desempenham papéis importantes na reprodução e no comportamento reprodutivo.

No caso dos pássaros, o dimorfismo sexual pode ser visível na coloração das plumagens. Os machos tendem a exibir cores mais brilhantes e marcantes, enquanto as fêmeas têm plumagens mais discretas e camufladas.

Esse fenômeno está associado à seleção sexual, um conceito proposto por Charles Darwin, onde indivíduos de uma espécie escolhem parceiros com características específicas, muitas vezes características que indicam boa saúde, força ou aptidão genética.

A condição rara do saí-verde (Chlorophanes spiza), com metade da aparência de macho e metade de fêmea, é conhecida como ginandromorfismo.

O ginandromorfismo ocorre quando um organismo apresenta características de ambos os sexos de forma bilateral, ou seja, metade do corpo exibe características típicas de um sexo, enquanto a outra metade exibe características típicas do outro.

Imagem: John Murillo / University of Otago / Reprodução.

O pássaro de dois gêneros

Esse fenômeno geralmente ocorre durante o desenvolvimento embrionário, quando uma célula ou grupo de células sofre uma anomalia na divisão celular, resultando em uma mistura de tecidos masculinos e femininos.

No caso do saí-verde, o lado direito com penas azuis e cabeça preta é representativo das características típicas dos machos, enquanto o lado esquerdo com penas verde-esmeralda é representativo das características das fêmeas.

Essa condição única pode ocorrer em diferentes espécies, e é uma variação genética interessante que chama a atenção dos pesquisadores.

O ginandromorfismo pode ter diversas causas, incluindo mutações genéticas, problemas na divisão celular ou influências ambientais durante o desenvolvimento embrionário.

É uma condição que ocorre em diversas classes de animais, como insetos, crustáceos, répteis e aves, mas não é observada em mamíferos. Essa peculiaridade na morfologia, onde o corpo é dividido entre características típicas de macho e fêmea, é uma ocorrência fascinante e única.

Ao contrário dos organismos hermafroditas, que possuem órgãos reprodutivos de ambos os sexos, os ginandromorfos apresentam uma divisão mais notável, envolvendo características externas e internas que são distintas para machos e fêmeas.

A hipótese de que essa condição resulta de uma anormalidade no zigoto é uma explicação plausível. O zigoto é a célula resultante da fusão entre um gameta masculino e um feminino, marcando o início do desenvolvimento embrionário.

Anomalias durante a divisão celular do zigoto podem levar a uma distribuição irregular de células sexuais e, consequentemente, ao desenvolvimento de um organismo ginandromorfo.

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