Menos de 5% dos cursos EAD receberam nota máxima pelo MEC
A avaliação do MEC é feita por meio de um cálculo sobre a média das notas dos estudantes que fizeram a prova do ENADE.
Por conta da pandemia que vivenciamos nos últimos anos, a utilização de cursos à distância no nosso país aumentou bastante. Porém, somente 2,3% dos cursos que são oferecidos nesta categoria obtiveram a nota máxima no indicador de qualidade feito pelo governo federal. Esse mesmo dado é registrado para as graduações de categoria presencial, sendo que somente 6,2% das instituições de ensino presencial atingiram a nota máxima.
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Essa avaliação é feita por meio de um cálculo sobre a média das notas dos estudantes que fizeram a prova do ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes). Esses resultados foram obtidos pelas provas que foram realizadas em novembro de 2021,e tiveram sua divulgação feita pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) na última segunda-feira, 12 de setembro.
As notas que foram divulgadas apresentam um percentual de cursos à distância que receberam nota máxima inferior se comparados aos cursos presenciais. Além disso, foi através da modalidade EAD que mais pudemos ver o crescimento expressivo de inscrições para realizar cursos de ensino superior.
No ano de 2019 foi registrado um montante de 1,5 milhão de pessoas que ingressaram na modalidade. Esse número acabou dando um salto para mais de 2 milhões no ano de 2020, uma alta que representa cerca de 26% se comparada ao ano anterior. Durante esse mesmo tempo, a quantidade de pessoas que fizeram seu ingresso nos cursos de ensino presencial acabou mostrando uma queda de cerca de 14% durante o mesmo período.
Vale destacar aqui que, além do registro de 2,3% dos cursos que atingiram nota máxima do MEC, quase metade dos cursos que foram avaliados (47,8%) acabaram atingindo as notas 1 e 2, inferiores ao mínimo exigido pelo MEC, que é a nota 3.
As instituições de ensino superior particulares, que tem concentrado mais de 70% das matrículas para a categoria, também apresentaram uma porcentagem de cursos que atingiram nota máxima bem menor do que as da rede pública. Dentre todas as faculdades de categoria privada que tem fins lucrativos, somente 1,5% atingiram a nota 5 no MEC, sendo que esse número foi quase 8 vezes maior nas universidades federais, que atingiram 11,4% de nota máxima pelo MEC.
Em alguns anos anteriores a 2019, as duas modalidades de ensino apresentavam notas bastante semelhantes pelo ENADE. A expansão dos cursos EAD acabou se tornando cada vez mais notável a partir de 2017, no momento em que o até então presidente Michel Temer fez a assinatura de um decreto que tinha como objetivo flexibilizar normas que pudessem facilitar a abertura de polos EAD.
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