Menos mulheres estão optando pelo uso do sobrenome do marido
Em 2002, 59,2% das mulheres faziam essa opção. A partir daí, no entanto, os cartórios começaram a registrar uma queda paulatina.
No passado, usar o sobrenome do marido era um símbolo de status social. Hoje, no entanto, muitas mulheres não adotam essa tradição em busca de reafirmar sua individualidade feminina. O número de mulheres que mudam seus sobrenomes após o casamento caiu mais de 24% nos últimos 20 anos, de acordo com uma pesquisa divulgada no início de julho. Confira agora mais informações sobre a redução do uso do sobrenome do marido pelas mulheres!
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Uma tradição que está em decadência
Em 2002, 59,2% das mulheres fizeram a escolha de ter o nome do marido registrado. Porém, desde então, os cartórios tiveram uma queda significativa nesse tipo de serviço e, em 2010, o percentual chegou a 52,5%. Atualmente, isso equivale a 45% dos casamentos, um percentual ainda considerado alto.
Sabemos que na prática, mudar o sobrenome é sinônimo de muita burocracia. Historicamente, era um testemunho da obediência feminina. Isso porque não é apenas um sinal de posse, uma vez que o nome do marido pode mostrar que a mulher não consegue administrar a própria vida.
Herdamos isso do direito romano, não apenas o status, colocando a mulher em uma posição de incapacidade. A historiadora Mary Del Priore explicou que ela recebeu o nome do marido porque era considerada como uma criança.
Alteração da legislação
A Constituição de 1988 deu direitos iguais a homens e mulheres e, finalmente, o Código Civil de 2002 permitiu que os homens também adotassem os sobrenomes femininos. Com isso, a principal escolha hoje (47% dos casais) é manter os seus respectivos sobrenomes, um aumento de 31% desde 2002.
Naquele ano, apenas 35,7% dos casais optaram por essa mudança. Os números preliminares para este ano sugerem que os índices continuam aumentando. Nos primeiros cinco meses de 2022, quase 50% dos casais escolheram essa abordagem.
Mais mulheres mudarão de nome no futuro?
Como a tradição prevalecerá no futuro é um debate acalorado entre os pesquisadores. Poucos estudos acadêmicos preveem isso, mas apesar do progresso lento, tanto mulheres quanto homens estão cada vez mais abertos a essas alternativas.
Uma pesquisa do YouGov, no Reino Unido, feita em 2016 com mais de 1.500 pessoas revelou que 59% das mulheres ainda querem usar o sobrenome durante todo o casamento, e 61% dos homens ainda querem que elas o façam. Mesmo que esses números sejam altos, eles são cerca de 30% menores do que a porcentagem de britânicos que realmente fizeram a mudança.
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