Mistério do Pântano: corpo de 2500 anos encontrado na Irlanda
Uma descoberta arqueológica na Irlanda traz à luz os restos bem preservados de um adolescente morto há 2.500 anos, revelando segredos do passado.
Um achado surpreendente capturou a atenção de arqueólogos e historiadores ao redor do mundo: a polícia da Irlanda do Norte foi chamada por um cidadão que avistou ossos emergindo da terra em uma região pantanosa em Bellaghy.
A escavação, meticulosamente realizada por uma equipe de especialistas, revelou não apenas ossos, mas também pedaços de pele, unhas e até mesmo um rim. A princípio, acreditaram tratar-se de uma morte recente, provavelmente um caso de assassinato, pois o corpo ainda estava coberto de pele e não apresentava um estágio tão avançado de decomposição; a pele ainda parecia “corada” e o fígado, maleável ao toque.
Posteriormente, descobriu-se que se tratavam dos restos mortais de um adolescente que viveu há aproximadamente 2.500 anos. O esqueleto, que pertencia a um jovem de entre 13 e 17 anos, estava entre um grupo de fósseis de árvores (turfeira).
A preservação se deu, justamente, pelas condições únicas do pântano. Outros corpos antigos já foram encontrados nas mesmas condições em países como Dinamarca, Inglaterra, Alemanha e na própria Irlanda, mas nenhum era tão antigo quanto este. O mais famoso deles foi o ‘Homem de Tollund’, que datava de 2 mil anos. Esses casos até receberam a denominação de ‘Corpos do Pântano’.
A datação por radiocarbono utilizada pelo 14Chrono Centre, que faz parte da Queen’s University Belfast, foi crucial para determinar a idade dos restos mortais. Essa foi a primeira vez que a técnica foi aplicada para determinar a idade de um corpo na Irlanda do Norte, graças à excelente preservação do fóssil.
Essas descobertas só são possíveis devido aos processos químicos desencadeados por um pântano em elevação: poucos minerais, baixa temperatura, pouco oxigênio e altos níveis de ácido trabalham em conjunto para a preservação do corpo ali depositado. A conservação também é auxiliada pelo musgo esfagno, que extrai o cálcio dos ossos e impede o crescimento de bactérias.
À medida que a investigação avança, espera-se que mais detalhes sejam revelados, oferecendo novas perspectivas sobre a vida na Irlanda há 2.500 anos. Este achado extraordinário não apenas enriquece nosso entendimento do passado, mas também reforça a importância da arqueologia na construção de pontes entre eras, conectando o presente ao passado de maneiras surpreendentes e reveladoras.
* Com informações da Smithsonian Magazine, BBC e Revista Galileu
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