A atividade multicelular nas bactérias ainda é um enigma para os cientistas
Embora já conhecidas, ainda há muito o que entender sobre as formas de desenvolvimento das bactérias.
Nas últimas pesquisas, foi encontrada por cientistas japoneses uma bactéria, detectada em uma parede de calcário de caverna, que possui um comportamento multicelular, isto é, um ciclo de vida único em duas fases (uma líquida e outra sólida).
Chamada de HS-3, a bactéria foi isolada e a sua colônia amadurece em uma esfera semi-fechada que contém aglomerados de células de cocobacillus, que são liberadas ao entrar em contato com a água. Entenda mais sobre o assunto nesse artigo.
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Ainda há muito o que descobrir sobre o surgimento da multicelularidade
As teorias darwinianas ainda tem forte significância quando se trata de organismos unicelulares.
Os pesquisadores encontraram a HS-3 no gotejamento de água da caverna localizada na Ilha Kyushu, no Japão, em 2008. Nessa pesquisa, inicialmente estavam em busca das bactérias que acumulavam lipídios, mas a colônia em destaque nas placas de ágar eram as da HS-3. Para analisar o crescimento da colônia foi utilizada a microscopia, e então foi perceptível a reprodução e a formação de camada única, orientada como um cristal líquido.
O acúmulo na borda da colônia dá a capacidade única a HS-3 de manter esse arranjo líquido bidimensional por um período maior, por conta da pressão menor. Os cientistas suspeitam que essa é uma das características que permite a multicelularidade. A transparência das colônias pode ser explicada pela sua formação, pois as células filamentosas formam um vórtice.
Após dois dias, a colônia começou a inchar tridimensionalmente, formando então uma esfera semifechada com coccobacillus internamente. Depois do quinto dia, essas células internas se reproduziram, o que desencadeou um controle multicelular.
Ao colocar água nas esferas, os cientistas perceberam a liberação de cocobacilli internos e a desestruturação da parte celular filamentosa. Ao chapear em outra placa de ágar as células liberadas, eles descobriram que estas eram capazes de reproduzir a estrutura filamentosa original. Ou seja, se tratava de duas fases distintas do ciclo de vida.
Agora, após 10 anos, foi possível confirmar essas observações de mudanças morfológicas nas células e colônias que ocorriam de forma controlada e reversível, e assim afirmar a multicelularidade.
Essa descoberta deixou os pesquisadores surpresos com as várias propriedades que o HS-3 engloba, como o comportamento multicelular que até então não havia sido documentado.
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