Ao todo, o planeta Terra executa uma série de quatorze movimentos, alguns deles realizados em conjunto com o Sistema Solar, com a Via Láctea ou até com o Universo. No entanto, de todas essas variações, a que mais interessa à realidade prática das sociedades são dois: a rotação e a translação. Afinal, os efeitos desses movimentos praticamente condicionam nossas atividades cotidianas e nos ajudam a entender fenômenos como a sucessão dos dias e noites e as estações do ano.
O MOVIMENTO DE ROTAÇÃO
A rotação terrestre é o movimento que a Terra realiza ao redor de seu próprio eixo, que possui uma inclinação de 23º27’ em relação ao plano vertical da órbita realizada pelo planeta. A direção desse movimento é no sentido oeste-leste, o que faz com que o movimento aparente do sol (na visão de quem está na superfície terrestre) se realize de leste para o oeste.
O principal efeito do movimento de rotação na dinâmica do planeta é a sucessão alternada entre dias e noites. No entanto, a duração de cada dia e de cada noite varia ao longo do ano, como veremos adiante, principalmente se considerarmos as áreas polares da Terra.
Embora, sob o nosso ponto de vista, a Terra realize o seu movimento de rotação lentamente, ele ocorre em uma alta velocidade: 1666 quilômetros por hora. Com isso, todo o nosso imenso planeta consegue completar esse movimento em apenas 23 horas, 56 minutos e 4 segundos.
O MOVIMENTO DE TRANSLAÇÃO
A translação terrestre – também chamada de revolução – é o movimento que a Terra realiza ao redor do sol, que obedece um caminho definido que chamamos de órbita, tal qual todos os demais planetas em nosso sistema solar. Quando a Terra completa uma volta inteira ao redor do sol, completa-se, em termos de tempo, o total de um ano.
A velocidade de deslocamento da Terra ao longo do movimento de translação, em média, é de aproximadamente 107.000 km/h, de modo que o seu ciclo, em números exatos, se estende por 365 dias e 6 horas. Essas horas a mais não contabilizadas na demarcação dos anos são compensadas a cada quatro anos, quando temos a data de 29 de fevereiro no chamado “ano bissexto”.
Veja também: A Estrutura Interna da Terra
Além da sucessão dos anos, o principal efeito do movimento de rotação é a existência das estações climáticas, que ocorrem a partir de uma alternância de dois fenômenos chamados de solstícios e equinócios. As quatro estações baseadas nessa definição são mais perceptíveis nas áreas subtropicais, de elevadas latitudes.
SOLSTÍCIOS E EQUINÓCIOS
Como já dissemos, a Terra não é igualmente iluminada e atingida pelos raios solares em todas as suas faixas latitudianis, havendo uma certa diferença no sentido norte-sul, tudo por causa da inclinação do eixo de rotação terrestre. Assim, à medida que o movimento de translação avança ao longo do ano, temos uma diferenciação na forma com que os raios solares incidem sobre a superfície, o que permite a existência das estações do ano.
Observe o esquema abaixo:
Os solstícios são, dessa forma, os períodos do ano em que a Terra encontra-se iluminada de forma diferente entre os seus hemisférios. Assim, no inverno, os dias possuem durações menores do que as noites e, no verão, os dias são maiores. Do mesmo modo, quando é inverno no hemisfério sul é verão no norte e vice-versa.
Os equinócios são, por sua vez, os períodos do ano em que a Terra apresenta-se igualmente iluminada entre os seus hemisférios, com o seu ápice sendo atingido nas datas em que dias e noites apresentam uma igual duração. Os equinócios demarcam a primavera e o outono nos diferentes hemisférios de forma alternada.
Por Rodolfo F. Alves Pena
Mestre em Geografia
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