Mulheres sul-coreanas gastam US$ 700 mensalmente com cuidados com a pele

Mensalmente, mulheres sul-coreanas investem muito dinheiro para manter a pele perfeita, entre cosméticos e cirurgias plásticas.

Seul, conhecida como a capital global da estética, apresenta uma cultura única onde cirurgiões oferecem descontos em procedimentos não apenas para recém-formados no ensino superior, mas também para graduados do ensino médio, com o objetivo de prepará-los para o competitivo mercado de trabalho.

É comum na Coreia do Sul que os currículos solicitem que os candidatos incluam uma foto, assim como informações sobre seu peso e altura, uma prática que difere de muitos outros países.

No Brasil, por exemplo, essas informações podem ser dispensadas de um currículo profissional.

Uma pesquisa de Gallup Korea, realizada em 2020, revelou que cerca de um terço das mulheres coreanas, com idades entre 19 e 39 anos, submeteram-se a algum tipo de procedimento cirúrgico estético.

Surpreendentemente, 66% delas afirmaram que fariam uma intervenção para aumentar suas chances de sucesso no mercado matrimonial.

Além disso, um estudo conduzido pela marca Dove, em 2007, trouxe uma constatação ainda mais alarmante: uma em cada quatro mães coreanas havia aconselhado suas filhas, com idades entre 12 e 16 anos, a considerarem procedimentos cirúrgicos estéticos.

Mulheres sul-coreanas lutam contra a opressão estética no país

No meio de tanto procedimento estético, um movimento de resistência tem surgido entre algumas mulheres sul-coreanas.

Desde 2018, centenas de milhares delas têm utilizado as redes sociais como plataforma para postar fotos de si mesmas cortando seus cabelos longos ou dizendo que não vão usar maquiagem.

Elas desafiam as normas de beleza impostas e optam por adotar uma aparência mais natural e autêntica, rejeitando os padrões tradicionais de estilo e buscando expressar sua individualidade de uma forma jamais vista.

De acordo com Elise Hu, autora do livro “Flawless: Lessons in Looks and Culture from the K-Beauty Capital“, o movimento denominado como “Escape the Corset” pode ser descrito como uma manifestação geral contra as expectativas impostas às mulheres sul-coreanas em relação ao trabalho estético.

O livro explora a indústria de beleza coreana, avaliada em US$ 10 bilhões e sua influência na cultura e na aparência.

De acordo com as experiências compartilhadas pelas jovens sul-coreanas entrevistadas por Hu, elas descreveram gastar uma média de US$ 500 a US$ 700 por mês em produtos e tratamentos para cuidados com a pele.

Além disso, algumas delas mencionaram registrar o tempo que dedicavam diariamente para se arrumar antes de sair em público.

Conforme mencionado por Hu em uma entrevista ao Insider, ao abandonar a maquiagem, produtos para a pele e todas as preocupações estéticas, essas mulheres conseguiram liberar um considerável tempo e energia, o que, segundo ela, é uma faceta crucial de sua liberdade que não pode ser subestimada.

Ainda no livro da autora, usando dados de consumo fornecidos pelo Ministério da Economia e Finanças, houve uma redução nos gastos relacionados à beleza entre as mulheres sul-coreanas na faixa dos 20 anos, acompanhada de uma diminuição na realização de cirurgias plásticas.

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