Na luta contra o machismo, mulheres sul-coreanas adotam a política dos ‘4 nãos’
O movimento das mulheres sul-coreanas contra o machismo deu resultado.
Apesar da firme presença de diversos movimentos que pregam igualdade de gênero, o machismo ainda é um problema bastante presente no mundo atual. Sendo o grupo que mais sofre com esse problema, as mulheres, em boa parte do mundo, não costumam se calar e lutam intensamente pelos seus direitos.
Um grande exemplo disso são as mulheres sul-coreanas, que adotaram uma política muito interessante e eficaz para lutar contra o machismo na Coreia do Sul.
Mulheres da Coreia do Sul intensificam a luta contra o machismo
A luta contra o machismo na Coreia do Sul não costuma ser fácil, mas as mulheres do país se mantêm firmes e cada vez mais fortes.
Problemas enfrentados pelas mulheres sul-coreanas
Na Coreia do Sul, a disparidade salarial é muito grande, e as mulheres sofrem bastante com isso. Segundo pesquisas, as mulheres costumam ganhar 30% menos que os homens no país, fazendo com que o país obtenha o maior índice de desigualdade de gênero do mundo.
Outro grande obstáculo para se enfrentar é também em relação ao trabalho, visto que as mulheres se veem obrigadas a abdicar da vida profissional para lidar com afazeres domésticos.
A lista de problemas não para por aí, pois uma relação mais íntima entre homens e mulheres sul-coreanos não costuma ser muito saudável.
O Instituto Coreano de Criminologia e Justiça realizou uma pesquisa que revelou dados sobre violência de gênero. Segundo a pesquisa, 80% dos homens entrevistados confessaram que já foram violentos em suas relações.
Os “quatro nãos”
Depois de o presidente da Coreia do Sul apresentar, em seus discursos, a intenção de acabar com o Ministério da Igualdade de Gênero e Família, as mulheres sul-coreanas se movimentaram. Revoltadas com a situação, elas decidiram aderir à política dos “quatro nãos”.
Basicamente, os “quatro nãos” consistem em uma espécie de greve para causar desconforto na sociedade, a fim de intensificar a luta contra o machismo. A prática faz com que as mulheres digam não ao casamento, ao namoro, às relações sexuais e à gravidez.
Esse movimento não é de agora, visto que está em vigor desde 2019 e, inclusive, trouxe consequências graves.
Queda na taxa de natalidade do país
A Coreia do Sul entende que, para a população do país apresentar estabilidade, cada mulher deve ter em média 2,1 filhos. No entanto, a política dos “quatro nãos” surge como uma ameaça a essa estabilidade.
A taxa de natalidade do país caiu tanto que recebeu o título de mais baixa do mundo, em que a média de filhos por mulher era de 0,78, isso por três anos consecutivos. Isto é, quase três vezes menos que a média apresentada pelo governo sul-coreano.
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