No Brasil, compartilhamento de imagens de abuso sexual infantil cresceu em 70%
Somente neste ano, conteúdos criminosos de crianças representaram um aumento considerável, sendo a maior alta desde 2020.
Durante o primeiro quadrimestre deste ano, o Brasil presenciou um alarmante aumento de 70% no número de imagens de abuso e exploração sexual infantil identificadas na internet em comparação com o mesmo período do ano anterior. Essa estatística representa a maior alta registrada desde o ano de 2020, como indicou a SaferNet.
A SaferNet é uma organização não governamental que apresentou o recebimento de mais de 23 mil denúncias sendo indicadas no período. As investigações foram enviadas para o Ministério Público que agiu em comum acordo com a ONG. Para eles, há uma justificativa para o aumento de acesso a esses conteúdos.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990) estabelece a prática como crime de exploração sexual de crianças e adolescentes. O sujeito que divulga, armazena ou compartilha conteúdos de pornografia infantil são passivos de multa ou reclusão, variando de quatro a oito anos de prisão.
Compartilhamento de abuso sexual infantil tem crescido
No período inicial de quatro meses de 2022, o número total de casos relacionados a abuso e exploração sexual infantil encaminhados às autoridades alcançou 14.005. É importante destacar que essa tendência de aumento tem sido uma constante no intervalo entre 2019 e 2022.
Em 2022, a central da ONG recebeu mais de 100 mil denúncias, marcando o segundo ano consecutivo em que esse número foi alcançado, algo que não acontecia desde 2011.
Além do aumento nas denúncias, o número de links únicos compartilhados, que fornecem acesso a imagens de abuso sexual, também apresentam uma porcentagem maior desde 2019 e tem crescido cada vez mais.
Ou seja, de uma forma generalizada, a crescente tem sido vista durante os últimos quatro anos. também aumentou desde 2019 nos primeiros quatro meses do ano ao comparar os registros de um ano para o outro. Essa tendência de crescimento tem sido observada de forma geral, com uma exceção notável em 2022.
Juliana Cunha, psicóloga e diretora da SaferNet, atribui a expansão no número de denúncias a uma combinação de diversos fatores. Há um acesso muito maior à internet depois da pandemia, assim como há conteúdos sexualizados de crianças e adolescentes em redes sociais, o que não é detectado por inteligências artificiais.
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