Nova variante do HIV é descoberta na Holanda

Tendo seu surgimento datado entre os anos 1980 e 1990, a nova variante do HIV, que se chama VB, já foi encontrada em mais de 100 pacientes. Esse dado foi divulgado em um estudo encabeçado por pesquisadores da Universidade de Oxford publicado na edição de fevereiro de 2022 da revista Science.

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Nomeada de “variante VB”, abreviação em inglês para “variante virulenta do subtipo B”, ela mostrou capacidade de carregar uma maior carga viral em comparação à outros tipos do vírus. Isso significa que ela tem uma maior transmissibilidade e tende a diminuir, de forma mais rápida, as células de defesa T-CD4 do organismo.

O que dizem os especialistas?

Os responsáveis pela pesquisa avaliam que a variante pode ter surgido na Holanda entre o final dos anos 1980 e o início da década de 1990, e assim, se espalhando nos anos 2000, porém passou a perder força a partir de 2010.

Contudo, esta é a primeira vez que detecta-se a variante em indivíduos. A infecção pela VB foi comprovada em 109 pessoas analisadas na pesquisa, sendo a maioria na Holanda. Além disso, os cientistas mapearam também um caso na Suíça e outro na Bélgica.

Um dos autores do estudo, o pesquisador Chris Wymant, explicou que a população não deve se preocupar com os resultados expostos, pois já existem testes e tratamentos ideais a essa e outras variantes do HIV.

Carga viral maior

O vírus HIV possui alguns subtipos que estão ligados a algumas localidades. Por exemplo, na África, os subtipos mais encontrados são A, C e D, e na Europa, o subtipo B é mais comum. De acordo com uma pesquisa publicada no ano passado, o subtipo B também é o mais regular no Brasil.

Com isso, Wymant explica que, dentro dos subtipos, existe uma ramificação de variantes. “Encontrar uma nova variante é normal, mas encontrar uma nova variante com propriedades incomuns não é. Especialmente uma com maior virulência”, diz o especialista.

“O pior cenário seria a emergência de uma variante que combina alta virulência, alta transmissibilidade e resistência ao tratamento. A variante que descobrimos tem apenas as duas primeiras dessas características”. Com isso, a variante VB mostra uma carga viral 3,5 a 5,5 vezes maior do que os outros tipos de HIV e a taxa de declínio das células CD4 é duas vezes maior, segundo o pesquisador.

Portanto, os cientistas afirmam que, possivelmente, tal variante resulta de mutações que ocorreram ao longo do tempo. No entanto, ela só foi descoberta agora devido ao fato do sequenciamento genético de amostras de pessoas com HIV ser bem recente.