Novo estudo derruba teoria sobre a origem dos continentes

Cientistas derrubam a teria da placas tectônicas e apontam como os continentes teriam se formado de verdade. Confira!

O mistério sobre a formação inicial dos continentes parece estar prestes a ser resolvido, e tudo indica que a hipótese até então mais aceita, de que as primeiras formações continentais seriam decorrência do choque entre placas tectônicas e do impacto de meteoritos, provavelmente está equivocada.

No final de Janeiro deste ano, um grupo de Geocientistas da University of British Columbia (Canadá) publicou um estudo na revista Nature Communications, que afirma que a base de formação da crosta continental pode ser explicada apenas por forças geológicas internas (mecanismo intra-crustal) que ocorreram entre 2,5 a 4 bilhões de anos, na Era do Arqueano.

As formações montanhosas mais antigas que temos mundo hoje, conhecidas como crátons, são compostas principalmente por tonalito, trondhjemito e granodiorito (TTG). No Brasil, essas formações são encontradas sobretudo no cátron São Francisco (Minas Gerais) e Serra do Carajás (Pará). Embora os crátons sejam reconhecidos há muito tempo como uma parte importante da crosta continental, sua origem e evolução ainda não eram bem compreendidas.

Contudo, o novo estudo trouxe uma luz para o entendimento da petrogênese (estudo da evolução da formação de uma rocha) das TTGs. Dr. Matthijs Smit, líder do referido estudo, diz que foram rastreados elementos específicos que não são afetados pelo tempo e que mantêm uma assinatura perfeita do magma original que formou a crosta TTG, os quais teriam se originado de uma espécie de gabro (granito negro).

“Curiosamente, muitas pessoas têm variedades desse tipo de rocha como bancada de cozinha… De certa forma, muitas pessoas estão preparando seu jantar no tipo de rocha que foi responsável pela formação dos nossos continentes modernos.”, diz o Dr. Smit.

Segundo o cientista, o modelo proposto pelo estudo indica que as TTGs se formaram de um lento processo de soterramento, espessamento e derretimento da crosta, decorrente da alta pressão e temperatura a que as rochas estavam submetidas. Para Smit, essa descoberta elimina a teoria de longa data de que as TTGs da Era do Arqueano seriam formadas pelo fenômeno de subducção do choque entre placas tectônicas (movimento no qual a placa oceânica, menos densa que a placa continental, acaba se infiltrando na parte interior provocando a elevação da crosta).

Na verdade, o início das placas tectônicas poderia ser um evento bem mais recente do que o magmatismo das TTGs. Este modelo, sozinho, poderia explicar todo o processo da formação inicial dos continentes, sem precisar recorrer à teoria da placas tectônicas ou eventos externos como meteoritos.

O estudo utilizou um enorme volume de dados, que está disponível no repositório de dados geoquímicos da Geoquímica das Rochas dos Oceanos e Continentes, hospedado pela Georg-August-Universität, Göttingen (na Alemanha).

* Com informações da Revista Científica Nature Communications

você pode gostar também

Comentários estão fechados.