Três anos depois, cientistas identificam novo sintoma chocante de covid-19
Descoberta foi feita por cientistas da Universidade de Dartmouth, nos EUA. Sintoma é incomum e foge totalmente do que já se sabe sobre a enfermidade.
Cientistas da Universidade de Dartmouth, localizada em Nova Hampshire, nos Estados Unidos, divulgaram um novo sintoma incomum de Covid-19, que foi publicado na revista científica Cortex. O registro chocou os pesquisadores, principalmente por se tratar de algo que destoa muito dos sintomas já conhecidos da doença.
Uma mulher de 28 anos contraiu o vírus em março de 2020 e apresentou sintomas típicos da doença, como febre, tosse, diarreia e falta de ar. Entretanto, após algumas semanas, Annie desenvolveu um novo sintoma, denominado prosopagnosia, ou incapacidade de reconhecer rostos.
Novo sintoma da covid-19 é muito incomum
A prosopagnosia afeta cerca de 2% da população mundial e é uma condição neurológica que impede a identificação de rostos de pessoas conhecidas. Essa condição já é diagnosticada em diversas celebridades, como Brad Pitt, Stephen Fry e Steve Wozniak, e é conhecida na literatura médica. No entanto, o que surpreende os médicos é ela ter sido identificada como um novo sintoma da Covid-19.
Uma das pacientes do estudo, chamada Annie, relatou ter sentido a gravidade da doença em uma festa, quando não conseguiu reconhecer seu próprio pai. Ela contou aos médicos que a voz de seu pai parecia ter saído do rosto de um estranho. Outros testes indicaram que Annie também teve dificuldades para se localizar em locais conhecidos.
O cientista que lidera a pesquisa da Universidade de Dartmouth enfatizou que a combinação de prosopagnosia e déficit de navegação que a paciente apresentou é algo que chamou a atenção. Isso porque ambos os problemas geralmente aparecem juntos devido a danos causados por lesões cerebrais ou a desenvolvimento anormal, o que torna ainda mais intrigante o fato de terem sido observados como sintomas da Covid-19.
Esse é o primeiro caso de prosopagnosia relacionado a covid-19, mas os pesquisadores acreditam que outros casos podem ter ocorrido em pacientes com a doença.
Eles também observaram que a doença causada pelo novo coronavírus pode estar associada ao aumento de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson e acidentes vasculares isquêmicos.
Sintomas prolongados
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 10% e 20% dos infectados por covid-19 tiveram sintomas prolongados da doença, o que está associado ao desenvolvimento de problemas neurológicos e transtornos mentais.
Especialistas alertam que o caso de Annie sugere que podem existir muitas outras pessoas com problemas específicos após a contaminação pelo vírus, o que demanda maior atenção e cuidado em relação aos sintomas de covid-19.
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