Número de professores concursados DESPENCA: é o menor em 10 anos

Contratações de profissionais temporárias disparam e número de contratados é o menor em uma década.

Nos últimos dez anos, notou-se um aumento no número de professores temporários nas redes estaduais de ensino, ultrapassando o número de profissionais concursados.

De acordo com dados do Todos Pela Educação, entre 2013 e 2023, o número de professores temporários atingiu a marca de 356 mil, enquanto os concursados ficaram em 321 mil.

Embora haja variações entre os estados, essa tendência geral gera impacto. Esse crescimento expressivo é atribuído a diversos fatores, incluindo a necessidade crescente por professores temporários.

Entre 2020 e 2023, cerca de 30 mil novos profissionais foram contratados pelas redes estaduais. No entanto, os efeitos da evasão escolar também foram sentidos, causando a saída de 57 mil profissionais ao longo da última década.

Baixa de professores efetivos preocupa especialistas

Número de professores concursados é inferior ao número de profissionais temporários – Imagem: Drazen Zigic/Freepik/Reprodução

Ivan Gontijo, atual gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação, comentou sobre a situação, dizendo que a contratação de professores temporários deveria ser uma medida recorrida em poucas situações, e não se tornar regra.

No entanto, a realidade aponta para uma direção inesperada, na qual essa prática se torna cada vez mais comum. Essas contratações são para garantir que os alunos tenham acesso a todas as disciplinas necessárias.

Isso pode prejudicar a educação porque, em muitos casos, os professores temporários podem não receber treinamento adequado, salários justos ou se adaptar de forma eficiente nas escolas.

Gontijo aponta a escassez de concursos públicos como um dos principais motivos para esse cenário.

A pandemia e outros desafios dificultaram a realização de concursos, sem mencionar que é muito mais fácil para as instituições lidarem com contratos temporários em vez de contratações permanentes.

Entretanto, Gontijo adverte que esse caminho não é positivo para a qualidade da educação.

Ele destaca a necessidade de uma avaliação cuidadosa sobre cada região para identificar as raízes dos problemas e solucioná-los de maneira eficaz.

Simplesmente abrir concursos não resolverá a questão; é preciso melhorar a qualidade desses concursos para garantir a introdução de mais profissionais e, como consequência, aumentar o padrão da educação no país.

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